segunda-feira, outubro 31, 2005

La Fuga

Esqueça da lima escondida no bolo, das cordas improvisadas com lençóis ou do trabalho de meses para cavar um túnel usando colheres. Nada disso servirá para escapar de Mazzinia, uma prisão do século 21 localizada no centro de Madri. Para ter sucesso em "A Fuga", um videogame interativo que combina experiências reais e virtuais, será preciso usar inteligência, intuição e muita destreza física para superar as provas que permitirão sair do centro de reclusão à prova de escapadas.

A companhia de entretenimento Négone investiu mais de 16 milhões de euros para recriar este cárcere de máxima segurança tecnológica, localizado no edifício modernista "O Pagode", nas imediações do estádio Santiago Bernabéu, do Real Madrid. O objetivo do jogo é simples: escapar através das labirínticas dependências carcerárias solucionando problemas que exigem talento e superando obstáculos físicos. A falha ou a demora podem delatar a presença do presidiário, que deverá prestar a máxima atenção nesta corrida contra relógio para não ser detectado e eliminado pelo computador central.

Quatro mil metros quadrados
Um pequeno console eletrônico e as explicações de um guia virtual são as únicas ferramentas que dispõe o jogador para fugir atravessando os três níveis e 4 mil metros quadrados das instalações, ambientadas com trabalhada decoração futurística e efeitos visuais e sonoros mutantes.

"Vários momentos do jogo são verdadeiramente inquietantes, a atmosfera, as luzes, os ruídos... além disso, as perguntas são bastante complicadas. Não é nada fácil sair dali", disse José Ramón, 26 anos, depois de sair de Mazzinia.

Projeto 100% espanhol
Os diretores calculam que "A Fuga" receberá uns cem mil visitantes no primeiro ano e que sejam jogadas em torno de 200 mil partidas custando entre 12 e 15 euros cada uma. No primeiro ano, o faturamento total será de cerca de quatro milhões de euros. E Madri não será a única cidade com presídio virtual por muito tempo.

A Négone prevê dar início à sua expansão com um investimento de 15 milhões de euros num centro em Nova York no final de 2006. O plano de expansão com que trabalha o grupo contempla a abertura de 60 locais em dez anos, sob um modelo desenhado pela consultoria Economic Research Associates, especializada em ofertas de entretenimento. Depois de Madri e Nova York, cidades como Los Angeles, San Francisco, Berlin ou Hong Kong contarão com estes centros de entretenimento "penitenciários".

A tecnologia da Négone é cem por cento espanhola, assim como seu capital. Esta é a segunda experiência empresarial da companhia que, em julho de 2003, pôs em funcionamento uma atração interativa similar em Getafe, mas finalmente teve que fechar as portas para concentrar o negócio nas instalações da capital.

240 reclusos com o mesmo fim
Até 240 presos podem tentar burlar as férreas medidas de segurança do presídio - jogando sozinhos, em grupos ou em comandos - e cumprir com a meia centena de missões diferentes que propõe este Alcatraz urbano privado. Mas que o jogador não se iluda: apenas cinco por cento dos que entram em Mazzinia pela primeira vez conseguem sair ilesos.


























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