quinta-feira, abril 28, 2005

Robô passeia em pátio de fábrica japonesa

A empresa jponesa Sakakibara Machinery Works apresentou hoje o robô andante Land Walker 2 em sua fábrica em Shinto Village, norte de Tóquio. O robô é dirigido por um funcionário, que fica dentro do cockpit do Land Walker 2 observando a área em torno por um monitor.




Na foto, o funcionário Massaki Nagumo manobra os quatro pedais no cockpit para fazer com que o robô se mova. Land Walker 2 pesa uma tonelada e tem 3,4 metros de altura. Ele faz 1,5 quilômetro por hora. As armas que ele tem nas laterais são capazes de disparar uma bola de borracha a até 30 metros.

O robô foi modelado segundo uma figura popular do anime Gundam. Se alguém quiser comprar um desses, a companhia cobra 36 milhões de ienes (US$ 34,3 milhões).

Fusão nuclear é produzida com baixa tecnologia

Pesquisadores induzem processo complexo em estrutura simples

Em um feito surpreendente de miniaturização, os cientistas divulgarão nesta quinta-feira (28/04) que produziram fusão nuclear --o mesmo processo que alimenta o Sol-- em um cilindro de 30 centímetros de comprimento e 13 centímetros de diâmetro. E eles disseram que logo poderão tornar o dispositivo ainda menor.

Apesar do dispositivo ser provavelmente ineficiente demais para produzir eletricidade ou outras formas de energia, disseram os cientistas, geradores de fusão do tamanho de um ovo poderão algum dia ser utilizados em propulsores de espaçonaves, tratamentos médicos e scanners que procuram bombas.

Os resultados, obtidos por uma equipe da Universidade da Califórnia em Los Angeles (Ucla), liderada por Seth J. Putterman, estão sendo publicados na revista "Nature".

O dispositivo de minifusão acelera átomos de hidrogênio e os colide para produzir hélio. Diferente de alegações anteriores de fusão "de mesa" -a "fusão fria", em 1989, que sugeria que energia poderia ser produzida passando eletricidade por água e placas de metal, e a "sonofusão", em 2002, na qual bolhas em colapso supostamente aqueceriam gases a temperaturas de estrelas- ela não está sendo recebida com ceticismo.

"Eu acho muito persuasivo", disse William Happer, um professor de física de Princeton.

Michael J. Saltmarsh, um cientista aposentado que trabalhou no Laboratório Nacional Oak Ridge, no Tennessee, disse que a energia emitida pelas partículas nas colisões combinam convincentemente o que se espera para a fusão. Saltmarsh foi um dos dois cientistas de Oak Ridge que disseram que foram incapazes de detectar as assinaturas de fusão na experiência de sonofusão de 2002.

Em um comentário que acompanha a publicação na "Nature", Saltmarsh descreveu o novo dispositivo como "intrigantemente simples" e acrescentou: "De fato, de certa forma é notavelmente de baixa tecnologia".

Em contraste com alegações anteriores, os pesquisadores da Ucla não afirmam que sua invenção fornecerá energia ilimitada. "Com o que construímos até o momento", disse Putterman, "sem chance".

De fato, o novo dispositivo nem mesmo produz energia suficiente para aquecer a mão. Mas poderá ser útil como fonte de nêutrons, as partículas subatômicas que são subproduto da fusão. Como os nêutrons não têm carga elétrica, eles podem penetrar profundamente na matéria, e isto pode fornecer uma forma de espiar facilmente dentro de bagagem ou contêineres de carga.

"Nós podemos lhes dar uma frente minúscula para uma câmera capaz de olhar atrás das coisas", disse Putterman.

O componente central do dispositivo é um cristal de tantalato de lítio, que pertence a uma classe de materiais conhecida como piroelétricos. Os piroelétricos, que geram fortes campos elétricos quando aquecidos ou resfriados, são conhecidos há muito tempo, possivelmente descritos já em 314 a.C. por um aluno de Aristóteles.

"É uma surpresa e tanto vê-lo usado desta forma", disse Happer, de Princeton.

Na experiência, o cristal, um cilindro com cerca de 1,25 polegada de diâmetro e meia polegada de comprimento, foi montado dentro de um cilindro de 30 centímetros de comprimento e cercado por um gás de deutério, uma versão pesada do hidrogênio.

O aquecimento do cristal em cerca de 10 graus Celsius produziu uma carga de 1.000 volts. Isto criou campos elétricos ao redor de uma ponta de tungstênio que era tão forte que arrancou elétrons do deutério e acelerou os íons carregados de deutério contra um alvo que também continha deutério.

Quando um íon de deutério atinge um átomo de deutério, ocorre a fusão --às vezes. Como apenas uma em um milhão de colisões de fato produz a fusão, o dispositivo é um gerador de energia ineficaz.

O jato de íons de deutério poderia servir como propulsor para uma pequena espaçonave, e raios X produzidos pelos elétrons pegos nos poderosos campos elétricos poderiam ser úteis no tratamento de tumores.

O atual dispositivo produz apenas cerca de mil nêutrons por segundo, tão pouco que não seria perigoso nem mesmo para uso em uma demonstração de física, disse Saltmarsh. Os pesquisadores planejam uma versão mais poderosa substituindo o deutério no alvo por trítio, uma forma ainda mais pesada de hidrogênio, gerando cerca de 250 vezes mais nêutrons. Melhorias adicionais deverão elevar a taxa para um milhão de nêutrons por segundo.

Geradores de nêutrons comerciais, que já podem gerar um milhão de nêutrons por segundo, aceleram igualmente deutério contra alvos, mas eles contam com fontes de energia de alta voltagem para gerar os campos elétricos.

Ao optar pelos cristais piroelétricos, a pesquisa da Ucla poderá levar a geradores muito mais simples e menos caros. "O que Putterman fez é um fantástico pequeno acelerador", disse Happer. "É uma versão dele que não necessita de alta voltagem."

Putterman disse que prevê um dispositivo que consiste apenas de um recipiente do tamanho de um ovo com um cristal, gás deutério e o alvo em seu interior. Mergulhar o recipiente em água gelada ou o aquecer com o calor do corpo seria suficiente para provocar a reação.

"Nós podemos alterar a temperatura em meros 30 graus e gerar campos que produzem fusão", disse ele.

original:
http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/nytimes/2005/04/28/ult574u5360.jhtm

quarta-feira, abril 13, 2005

OMS manda destruir vírus mortal enviado por engano ao Brasil

A Organização Mundial da Saúde orientou mais de 3,7 mil de laboratórios em 18 países - incluindo o Brasil - a destruir amostras de um vírus causador de uma gripe mortal que foram enviadas por engano por uma instituição dos Estados Unidos. Trata-se do vírus que causou a “gripe asiática” que matou 4 milhões de pessoas em 1957, mas desapareceu por volta de 1968. A OMS disse os laboratórios no Brasil já foram notificados de que as amostras devem ser destruídas. O Ministério da Saúde também foi alertado para acompanhar a destruição das amostras.

O principal especialista em gripe da OMS, Klaus Stohr, disse que embora "haja um risco, não é preciso assustar-se", já que os laboratórios estão habituados a tratar com material perigoso e adotam medidas de segurança. "Os riscos para a população em geral são baixos". Segundo a OMS, é pequeno o risco de que algum funcionário dos laboratórios seja infectado pelo vírus, mas, se isso acontecer, sua disseminação pode ser muito rápida. “Se o vírus escapar, pode facilmente ocorrer uma epidemia”, disse Stohr. A situação seria agravada porque ninguém nascido depois de 1968 teria anticorpos contra o vírus, cujo nome técnico é H2N2.

As amostras fazem parte de kits usados em testes e que foram distribuídos por uma empresa norte-americana a pedido do Colégio Americano de Patologistas, que auxilia laboratórios a realizar experiências na área. No dia 8 de abril, o governo norte-americano pediu ao órgão que escrevesse aos laboratórios que as receberam e os orientasse a destruir as amostras. A maioria fica nos Estados Unidos. Por medo de que pudesse ser usado em um ataque terrorista com armas biológicas, as cartas foram enviadas antes que o erro viesse a público.

A OMS alertou que não há como garantir que todas as amostras sejam destruídas, pois alguns dos laboratórios podem ter enviado colônias desenvolvidas por eles para outras instituições. Os kits são usados para os laboratórios testarem a capacidade de identificar corretamente os variados tipos de vírus. Normalmente, eles incluem apenas vírus em circulação ou que deixaram de existir ao natural há pouco tempo.

Neste caso, o H2N2 havia sido classificado como nível de segurança biológica 2 - o que significa que não era considerado perigoso. Mas a agência do governo norte-americano que classifica os vírus estava em processo de reavaliação do H2N2 quando descobriu que os kits já haviam sido distribuídos.

original: http://www.estadao.com.br/internacional/noticias/2005/abr/13/37.htm

domingo, abril 10, 2005

Próxima versão do Windows?

Há dez anos, a Microsoft apresentou o Windows 95 de uma forma que sugeria que a chegada do produto era equivalente ao momento em que os seres humanos ficaram eretos pela primeira vez.

A empresa gastou cerca de US$ 200 milhões no lançamento do sistema operacional. Isto pagou pelas festividades no campus da Microsoft (com Jay Leno como mestre de cerimônia), o direito de usar a canção "Start Me Up" dos Rolling Stones em uma campanha de publicidade mundial e a permissão para iluminar à noite o edifício Empire State com o logo do Windows.

Também encheu a edição daquele dia do jornal "The Times" de Londres com propaganda do Windows 95, tornando aquela edição do jornal gratuita pela primeira vez em 307 anos.

O que foi notável no lançamento do Windows 95 foi a submissão dos consumidores, que participaram de bom grado do espetáculo. A Microsoft acertou com as lojas do varejo a abertura à meia-noite do dia do lançamento do sistema, uma estratégia que provou ser tão irresistível quanto holofotes em uma estréia de Hollywood. Uma rede contou cerca de 50 mil pessoas fazendo fila em suas lojas por todo o país.

Aquelas pessoas estavam atrás de um sistema operacional --um encanamento que serve a uma função especial, é claro, mas do mesmo interesse que os canos que serpenteiam sob o piso de uma casa. Mas em 1995, a Microsoft conseguiu fazer o mundano parecer inovador. O "Seattle Times" citou um feliz cliente da meia-noite, acompanhado de sua esposa, que previu que "isto melhorará o nosso casamento".

O Windows XP, lançado em 2001, não conseguiu igualar a estréia notável do Windows 95. Nós podemos torcer para que o sucessor do XP, que tem o codinome "Longhorn" e cujo lançamento está previsto para o próximo ano, desponte discretamente, nos deixando mais próximos do dia em que os usuários não precisarão saber mais sobre um sistema operacional de um PC do que sabem sobre o software presente em um telefone celular.

A gestação do Longhorn já ultrapassou em muito o prazo originalmente planejado. Rumores de sua existência surgiram em 2001, quando foi dito que o sistema tinha sido escolhido como uma rápida atualização "intermediária" do XP. O tempo passou, e a mídia foi autorizada a ver uma prévia. Mas mesmo a conclusão disto, um lançamento interino, demorou.

Determinada a lançá-lo em 2006, a Microsoft decidiu em 2004 remover um novo sistema de arquivos para organização de dados no disco rígido, o que a empresa tinha promovido anteriormente como o coração do novo sistema. Quando e se este elemento aparecerá, dificilmente melhorará o casamento de alguém.

Arrependida de ter anunciado um elemento importante que subseqüentemente teve que remover, a empresa decidiu ficar quieta sobre outros aspectos pelo máximo de tempo possível.

A Microsoft deu aos desenvolvedores de software versões beta de dois novos componentes, para gráficos e serviços de Internet, mas estes também estarão disponíveis para os proprietários do Windows XP. A empresa ainda precisa dizer o que será exatamente uma melhoria exclusiva do Longhorn.

A reticência da Microsoft não poderá durar muito. Em duas semanas, ela será anfitriã de uma conferência de vendedores de hardware, na qual estabelecerá as especificações mínimas necessárias para que o Longhorn possa ser rodado.

Você pode estar ansioso para saber se o PC em sua mesa atenderá as especificações. Se seu PC não atender, é improvável que você o substitua para rodar a mais recente versão do Windows. Michael Cherry, analista sênior para Microsoft da Directions, uma empresa de consultoria com sede em Kirkland, Washington, observou que muitos usuários de PC agora estão tratando seus computadores como aparelhos de TV.

"A menos que a TV não funcione", ele disse, "eles não as substituirão".

Cherry expressou ceticismo quanto ao apelo de melhores gráficos para ele e outros que gastam a maior parte do tempo usando um processador de texto, um programa de e-mail e um browser. "Como gráficos 3D vão de fato mudar minha vida?" ele perguntou.

Outro analista, Rob Enderle, presidente do Enderle Group, saudou o sistema com mais entusiasmo, prevendo que o Longhorn fornecerá "enormes melhorias em segurança".

Nós podemos saudar esta perspectiva feliz, mas ao mesmo tempo temos que ignorar os risos de desdém dos usuários do Macintosh, que ainda precisam saber o que é encontrar um vírus. Independente de quão sólido e seguro possa parecer o código do Longhorn, a Microsoft precisará de muitas vozes independentes que lhe forneçam verificação e garantia.

Os profissionais responsáveis pelos PCs corporativos parecem atualmente desconfiados das promessas da Microsoft, desprezando o mais recente pacote de melhorias de segurança e consertos de bugs oferecido para o Windows XP.

Em 4 de abril, a AssetMetrix Research Labs, uma empresa de pesquisa com sede em Ottawa, divulgou os resultados de uma pesquisa envolvendo 251 empresas norte-americanas, avaliando a adoção do Windows XP. Apenas 7% das empresas implementaram as mais recentes melhorias, o Service Pack 2, apresentado seis meses atrás. As melhorias provocaram problemas de compatibilidade de software. Eles podem ser superados com algum trabalho, mas não sem agravamento e custo adicional para consertos que, desde o início, não deveriam ser necessários.

Problemas de compatibilidade se agravarão no futuro. O Longhorn dificilmente coexistirá em paz com o software existente no sistema operacional. Enderle disse que o maior ganho de segurança exigirá uma ruptura com o software complementar do passado, o que significa que "a compatibilidade sofrerá".

O Windows XP poderá provar ser um tenaz chefe de família, não disposto a ceder lugar para a próxima geração. Apesar dos problemas de segurança, ele é a versão mais estável do Windows até o momento. Tal estabilidade dificultará para a empresa vender o Longhorn como um lançamento mais importante do que o próprio XP, uma previsão que Bill Gates, o presidente da Microsoft, fez em 2003.

As previsões não são boas quando o mundo da computação se move mais depressa do que a massa pesada da divisão Windows da Microsoft. O Linux representa um modelo alternativo, empregando pés ágeis e lançamentos freqüentes.

Mark Lucovsky, um engenheiro de software, descreveu recentemente em seu blog o processo de escrever o código para um projeto como o Longhorn e a longa espera antes que chegue ao PC do usuário.

Primeiro, uma correção de bug ou elemento adicional é depositado em um sistema de controle do código fonte, onde pode ficar por anos. Eventualmente ele é transferido para um lançamento de produto e gravado em CDs. Meses se passam, mesmo no estágio final, do lançamento e produção até chegar ao departamento do cliente. Lento.

Por outro lado, os engenheiros que trabalham nas melhorias para uma nova forma de sistema operacional, o software que serve aos sites na Internet, podem implementar o trabalho quase que instantaneamente. Lucovsky reconta como um amigo na Amazon descobriu um problema de performance, descobriu como consertá-lo, testou e o implementou, tudo em um dia.

"Nenhum cliente teve que fazer o download de um saco de bits, responder perguntas idiotas, provar que não é um ladrão de software, reinicializar o computador, etc.", ele escreveu. "O software foi enviado a eles, e não tiveram que mover um dedo."

Os comentários de Lucovsky são de interesse porque ele sabe algo sobre o desenvolvimento de sistemas operacionais. Ele foi o arquiteto sênior do Windows NT, foi o principal guardião das chaves do código fonte e foi nomeado pela Microsoft, em 2000, como um de seus engenheiros ilustres. Mas recentemente, após 16 anos na Microsoft, ele disse que decidiu que estava errado ao achar que a Microsoft sabia melhor "como fornecer software".

Foram outras empresas, aquelas que perceberam o potencial da Internet e do software como serviço, que melhor conseguiram oferecer benefícios para os clientes "de forma rápida e eficiente", disse ele. Ele pediu demissão da Microsoft e se juntou a uma destas outras empresas: a Google.

original: http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/nytimes/2005/04/10/ult574u5295.jhtm