segunda-feira, outubro 31, 2005

La Fuga

Esqueça da lima escondida no bolo, das cordas improvisadas com lençóis ou do trabalho de meses para cavar um túnel usando colheres. Nada disso servirá para escapar de Mazzinia, uma prisão do século 21 localizada no centro de Madri. Para ter sucesso em "A Fuga", um videogame interativo que combina experiências reais e virtuais, será preciso usar inteligência, intuição e muita destreza física para superar as provas que permitirão sair do centro de reclusão à prova de escapadas.

A companhia de entretenimento Négone investiu mais de 16 milhões de euros para recriar este cárcere de máxima segurança tecnológica, localizado no edifício modernista "O Pagode", nas imediações do estádio Santiago Bernabéu, do Real Madrid. O objetivo do jogo é simples: escapar através das labirínticas dependências carcerárias solucionando problemas que exigem talento e superando obstáculos físicos. A falha ou a demora podem delatar a presença do presidiário, que deverá prestar a máxima atenção nesta corrida contra relógio para não ser detectado e eliminado pelo computador central.

Quatro mil metros quadrados
Um pequeno console eletrônico e as explicações de um guia virtual são as únicas ferramentas que dispõe o jogador para fugir atravessando os três níveis e 4 mil metros quadrados das instalações, ambientadas com trabalhada decoração futurística e efeitos visuais e sonoros mutantes.

"Vários momentos do jogo são verdadeiramente inquietantes, a atmosfera, as luzes, os ruídos... além disso, as perguntas são bastante complicadas. Não é nada fácil sair dali", disse José Ramón, 26 anos, depois de sair de Mazzinia.

Projeto 100% espanhol
Os diretores calculam que "A Fuga" receberá uns cem mil visitantes no primeiro ano e que sejam jogadas em torno de 200 mil partidas custando entre 12 e 15 euros cada uma. No primeiro ano, o faturamento total será de cerca de quatro milhões de euros. E Madri não será a única cidade com presídio virtual por muito tempo.

A Négone prevê dar início à sua expansão com um investimento de 15 milhões de euros num centro em Nova York no final de 2006. O plano de expansão com que trabalha o grupo contempla a abertura de 60 locais em dez anos, sob um modelo desenhado pela consultoria Economic Research Associates, especializada em ofertas de entretenimento. Depois de Madri e Nova York, cidades como Los Angeles, San Francisco, Berlin ou Hong Kong contarão com estes centros de entretenimento "penitenciários".

A tecnologia da Négone é cem por cento espanhola, assim como seu capital. Esta é a segunda experiência empresarial da companhia que, em julho de 2003, pôs em funcionamento uma atração interativa similar em Getafe, mas finalmente teve que fechar as portas para concentrar o negócio nas instalações da capital.

240 reclusos com o mesmo fim
Até 240 presos podem tentar burlar as férreas medidas de segurança do presídio - jogando sozinhos, em grupos ou em comandos - e cumprir com a meia centena de missões diferentes que propõe este Alcatraz urbano privado. Mas que o jogador não se iluda: apenas cinco por cento dos que entram em Mazzinia pela primeira vez conseguem sair ilesos.


























Por uma web menos ordinária

NOVA LÓGICA - Para Nelson, organização dos arquivos na computação não pode ser hierárquica. "É um modo ruim de representar as idéias"

Ted Nelson, criador da teoria de hipertexto nos anos 60, critica os rumos que a rede tomou ao "tentar imitar o papel"

Ainda que ele rejeite publicamente a “criatura”, não há como negar que a World Wide Web deve parte de seu DNA a Ted Nelson. Foram as suas teorias de hipertexto desenvolvidas nos anos 60, na Universidade Brown, que, décadas mais tarde, incentivaram o inglês Tim Berners-Lee a dar forma à rede mundial de computadores como conhecemos hoje.

O problema, acusa o pesquisador americano hoje radicado em Oxford, no Reino Unido, é que Lee não compreendeu direito suas idéias. “A web é uma versão torta da minha idéia original. É uma simulação do papel, uma superfície bidimensional, com muito poucos links, que apontam apenas para uma só direção”, reclama.

Pois a birra não é de hoje. No início da década de 90, poucos meses antes de a WWW vir à luz, Nelson estava muito perto de ver o seu trabalho de quatro décadas, batizado de projeto Xanadu, finalmente decolar.

A sua idéia de conectar documentos eletrônicos a outros por meio de links acabava de ser comprada pela Autodesk, sua equipe trabalhava a mil para terminar o programa, mas ... por falta de dinheiro, a empresa abortou o projeto.

Ainda que o sucesso da web hoje seja dado como certo e irrefreável, aos 68 anos, Ted Nelson continua disposto a botar a "sua" rede de pé. "Eu ainda me sinto com 22 anos, tenho as mesmas idéias de quando tinha 22 anos e as acho boas, apesar de não terem sido aplicadas."

Após atualizar e rebatizar o velho Xanadu como Transliterature – “As pessoas estavam cansadas de ouvir falar em Xanadu”, reconhece –, publicou na última segunda-feira, em seu site um manifesto inflamado pela reconquista e a recolonização do ciberespaço, o qual vê como um espaço das idéias e da literatura, não da tecnologia.

"Os tecnólogos raptaram a literatura – com a melhor das intenções, claro! –, mas agora os humanistas devem reclamá-la de volta”, escreve no artigo, hospedado em http://hyperland.com/trollout.txt.


Em visita ao Brasil a convite do File 2005, para o qual ministra, às 19h30, a palestra
Software and Media for a New Democracy, Nelson conversou deu uma entrevista por telefone. Leia a seguir trechos da entrevista.


Sua formação básica é em filosofia e sociologia. O que chamou a sua atenção no campo da tecnologia?


Não me interesso por tecnologia. Eu odeio tecnologia. (risos) As pessoas de fora do campo da computação dizem: “Oh, isso é tão excitante, diferente, novo”, mas se está fazendo a mesma coisa há 50 anos. O modo como os computadores trabalham hoje é produto da mente das pessoas que os programaram. São tradições criadas em um lugar chamado Xerox PARC, em 1974 e 1975. Mas o principal é que você sempre manteve os arquivos numa hierarquia. E a hierarquia é um erro. Todos dizem que isso é o básico da computação, que computadores são necessariamente hierárquicos. Isso não é verdade, é algo inventado pelos tecnólogos, que pensam que o mundo é hierárquico. Eu digo que esse é um modo ruim para representar as idéias e os pensamentos da humanidade.

Se essa hierarquia ajudar a organizar informações, que mal há nisso?
Vamos colocar desse modo: os documentos que eu escrevo têm variações e interconexões que não podem ser representadas nos atuais sistemas de computador. Creio que a maioria das pessoas é como eu, mas não posso provar. Então apenas construo da maneira que acho que deveria ser, e vamos ver...

O sr. acaba de lançar um novo projeto chamado Transliterature. Poderia resumir as idéias por trás dele?
A World Wide Web é uma simulação do papel, uma superfície bidimensional, com muito poucos links, que apontam apenas para fora. Acredito que você deveria ter milhares de links de vários tipos em uma página, e todo mundo deveria poder usá-los. O documento seria tridimensional, quadridimensional, qüinquedimensional, animado... Você viu Star Wars? Sabe a cena de abertura, com o texto se movendo na tela? Então, daquele jeito! Matrix você viu? Sabe aquela "chuva" de texto na tela? Poderia ser daquele jeito também. Tudo isso deveria ser possível, e muito mais.

E a tecnologia que temos hoje permitiria isso?
(Pausa) Vamos conversar sobre a palavra ‘tecnologia’. Um sapato é tecnologia, uma frigideira é tecnologia, um copo d'água é tecnologia. Mas a palavra é usada geralmente para se referir ao último gadget. Quando você compra um telefone celular novo, é tão complicado navegar através dos menus... Isso não é tecnologia, é a mente estúpida das pessoas que o desenharam. As câmeras de vídeo hoje são fantásticas, você pode fazer filmes com qualidade de cinema nelas. Mas o problema é lidar com os 300 menus escritos por engenheiros japoneses! O problema não é o quão maravilhosa a tecnologia pode ser. O problema é a comunicação das idéias. E sejam japoneses, americanos ou brasileiros, engenheiros não são muito bons para comunicar idéias.

Voltando à web: mudar só o layout das páginas resolveria o problema?
Não é mudança de layout. É a mudança completa da estrutura do documento. Hoje, eles colocam tudo ali dentro do HTML, e você não pode trazer nada de fora. Pode trazer fotos, mas não texto. E por que não? Porque os tecnológos queriam que fosse assim. Não há razão técnica ou lógica para isso. Esse é um ponto central, junto com a questão do copyright. Existe hoje uma guerra entre os detentores de copyright e as pessoas que querem roubar seu conteúdo. A solução que venho propondo há 40 anos é bastante simples, mas diferente da maneira como as pessoas vêem o problema. Se o seu conteúdo tiver essa permissão, chamada "transcopyright", qualquer um poderá usá-lo em seus documentos online. Todo conteúdo pode ser embaralhado de novas maneiras, mas deve haver sempre uma conexão de volta para o original e assim você poderá cobrar por trecho. Basicamente, você teria o mesmo conteúdo em dois lugares diferentes. No mundo físico, podemos ter apenas cópias e referências cruzadas, mas o mundo dos computadores pode ser construído de acordo com a nossa imaginação. E eu imaginei essa relação chamada "transclusão", que não poderia existir na realidade física. É uma relação literária, não tecnológica.

E quanto tempo até que essa Transliterature se torne realidade?
Na verdade, não sei. Não sei onde vou estar e de onde virá o dinheiro. O que sei é que há muitas pessoas querendo trabalhar em projetos nos quais acreditem. O Transliterature está em open source, os programadores vão aparecer...

Elevador Espacial

O primeiro protótipo de um elevador espacial foi apresentado, sem muito alarde, no último final de semana. Tirando energia de células fotoelétricas alimentadas por um holofote, o robô SnowStar One subiu 6 metros, durante um concurso patrocinado pela Nasa. Antes que me perguntem: um “elevador espacial” é exatamente o que o nome diz, um veículo que sobe e desce por um cabo, só que com o cabo esticado entre o chão e um contrapeso no espaço – um asteróide, por exemplo, ou uma estação espacial.

Elevadores são relativamente comuns na literatura de ficção científica (depois que Arthur C. Clarke usou a idéia no romance As Fontes do Paraíso, de 1978), e existem como conceito teórico desde o século XIX. Até pouco tempo atrás, no entanto, eles eram impossíveis, e por uma simples razão: cálculos mostravam que a espessura e o peso do cabo necessário para elevar cargas significativas até o espaço eram proibitivos. Avanços em tecnologia dos materiais, no entanto, colocaram o elevador espacial na esfera das coisas factíveis – ainda que não exatamente fáceis.

Como mostra a heróica viagem de 6 metros do SnowStar One. O robô, mesmo entrando para a história, não foi longe o bastante para conquistar o prêmio de US$ 50.000 oferecido pela Nasa. A meta da competição era criar um robô movido a luz capaz de escalar um cabo de 61 metros. Outro competidor, do Space Design Team, chegou a 12 metros, e também não conseguiu levar o dinheiro para casa.

A competição de elevadores ocorreu no Centro de Pesquisa Ames da Nasa, e incluiu também um prêmio para cabos – que, afinal, sempre representaram o principal desafio para a tecnologia dos elevadores. A competição de cabos foi menos dramática que a dos robôs: todos os cabos produzidos pelos competidores foram esticados ao mesmo tempo, e ganharia o que suportasse 50% mais pressão que o feito com o melhor material encontrado pela Nasa, o “cabo da casa”. De novo, ninguém levou o prêmio de US$ 50.000.

Ano que vem haverá outra rodada da competição, com metas mais ambiciosas e um prêmio de US$ 200.000 em cada categoria.

Elevadores espaciais, se se provarem viáveis, terão várias vantagens sobre os foguetes, que hoje são o único meio de levar gente e material para fora da atmosfera. A principal é que o elevador, alimentado do solo, não precisa carregar o próprio combustível. Foguetes, por outro lado, deslocam mais combustível do que carga útil.

Agora, pense numa roda virando: um ponto no aro externo gira mais depressa que um ponto mais perto do eixo, já que os dois pontos dão uma volta inteira ao mesmo tempo, mas o comprimento do círculo no aro externo é maior que o do círculo próximo ao eixo.

Pelo menos princípio, a ponta “de cima” do elevador espacial vai estar girando com uma velocidade maior que o planeta Terra lá em baixo, o que significa que cargas (e astronautas) que chegarem ao topo do cabo poderão já ter quase todo o impulso necessário para seguir viagem rumo a outros destinos, economizando combustível mais uma vez.

As viagens espaciais mal começaram e já estão prestes a mudar.

quinta-feira, outubro 27, 2005

O futuro dos jornais está na internet, diz Bill Gates

“Em cinco anos, metade das pessoas que hoje lêem jornais impressos migrarão para as páginas de notícias da internet”, previu o co-fundador da Microsoft, em entrevista ao jornal francês Le Figaro.

Em entrevista ao jornal francês Le Figaro, Bill Gates disse estar convencido de que, em cinco anos, metade das pessoas deixarão de lado os jornais impressos para ler as notícias de seu interesse em sites da web. Ele acredita também que o futuro dos livros está em sua distribuição no formato digital.

“A qualidade e navegabilidade das páginas online dos jornais será crucial para os meios de comunicação impressos. Os jornais e editoras de livros devem cuidar dessa área, caso contrário perderão leitores”, ele alerta.

Gates revelou ao Figaro que usa a internet para ler vários jornais e quando se depara com um artigo interessante, mas extenso, guarda-o em seu Tablet PC para lê-lo mais tarde.

Sobre a compra da empresa de telefonia pela internet Skipe, pelo site de leilões eBay, o co-fundador da Microsoft acha que foi um bom investimento, mas ressalva que “estamos vivendo um momento parecido com o dos anos 90, em que muitos negócios de internet quebraram por falta de planejamento.

Gates falou ainda sobre o computador de 100 dólares que será lançado em novembro pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Para ele, “um PC que precisa ser ‘alimentado’ durante dez minutos poder funcionar não fará sucesso. A questão do PC mais barato não reside no preço dos materiais, mas no preço de sua conexão à internet”.

Sobre o rival Google, ele esclareceu que “a filosofia deles é organizar toda a informação existente no mundo. A Microsoft não pretende fazer isso. Nosso objetivo é criar as ferramentas para que outras empresas possam realizar essa tarefa. Queremos ser melhor que o Google, sim, mas na busca de dados online”.

quarta-feira, outubro 26, 2005

Controle remoto comanda seres humanos

A Nippon Telegraph & Telephone (NTT), empresa líder de telefonia no Japão, mostrou um controle remoto capaz de comandar seres humanos. A companhia diz estar criando uma nova tecnologia para tornar videogames mais realistas, mas algumas aplicações mais perigosas poderiam se tornar realidade.


Japão, 26/10/2005 - Usando um fone, a repórter da AP Yuri Kageyama vira para a esquerda enquanto é controlada remotamente pela tecnologia desenvolvida pela Nippon. A tecnologia, na verdade, mexe com os delicados nervos que controlam o equilíbrio dos seres humanos, fazendo com que se movam para a direção indicada mesmo contra a sua vontade.


A repórter da AP obedece ao comando do controle remoto, ainda que deseje mover-se para outra direção

O nome da tecnologia é "estimulação galvânica vestibular" e consiste em colocar um capacete que envia uma corrente elétrica de voltagem muito baixa para a parte de trás das orelhas. A corrente elétrica estimula os nervos delicados dentro da orelha que são responsáveis pelo equilíbrio.

Quando o joystick do controle é colocado para a esquerda, um estímulo elétrico é enviado para o capacete, fazendo com que o senso de equilíbrio seja deslocado. Isto faz com que a pessoa ache que precisa dar um passo à esquerda para não cair. A tecnologia foi testada em uma repórter da Associated Press.

Pesquisadores da NTT foram capazes de fazer pessoas se locomoverem em trajetos razoavelmente complicados. As pessoas que foram controladas pelo aparelho disseram que a experiência é extremamente exaustiva e, embora algumas tenham gostado da experiência, outras sentiram-se desconfortáveis.


Taro Maeda, pesquisador-sênior no centro de pesquisas da Nippon Telegraph and Telephone Corp. em Atsugi, perto de Tóquio, explica a tecnologia usada no controle remoto para humanos. A tecnologia, chamada de estimulação vestibular galvânica, usa eletricidade para estimular os delicados nervos dentro do ouvido que ajudam os humanos a manter o equilíbrio.

Ainda não há provas específicas de porque a corrente elétrica, quando aplicada ao ouvido, faz com que as pessoas caminhem. A NTT diz que a tecnologia pode ser usada em videogames e parques de diversão, mas ainda não tem planos de comercializar o produto.

James Collins, professor de engenharia biomédica na Universidade de Boston, diz que o nível baixíssimo de eletricidade não deve causar dano nenhum à saúde dos usuários.

Se utilizada em uma guerra, tal tecnologia poderia servir para fazer o soldado advesário ficar tonto, ou perder o equilíbrio. A Invocon Inc., uma empresa norte-americana com sede no Texas, já está explorando o tema.

Star Wars ensina tecnologia

A LucasFilm abriu uma exposição de US$ 5 milhões que extrapola a diversão de Star Wars e transforma a saga em ferramenta educacional para ciência e tecnologia. "Star Wars: Where Science Meets Imagination" (onde a ciência encontra a imaginação) foi inaugurada com pompa pelo criador George Lucas, no Museu de Ciências de Boston, para fornecer alguma base científica para a fantasia dos filmes.


R2-D2 e o ator Anthony Daniels, que fez C-3PO, apresentaram o avento

O objetivo a exposição é incentivar os jovens norte-americanos a fazer carreira em engenharia e ciências, frente à concorrência asiática. O carro voador que desafia a gravidade (landspeeder) de Luke Skywalker, por exemplo, aparece no palco em formato original - acompanhado por lições de levitação no campo magnético e os poderosos eletromagnetos que podem movimentar trens a velocidade acima de 310 mph.

Andróides do Star Wars e a prótese da mão direita de Anakin Skywalker, do Episódio III, antes de sua transformação em Darth Vader, são usados para explicar os avanços na tecnologia robótica e nas próteses médicas modernas. Acessórios e trajes dos seis filmes da série, incluindo réplica do cockpit da Millennium Falcon, de Han Solo, também aparecem no evento.

Concorrência asiática

O presidente e diretor do museu, Ioannis Miaoulis, afirmou que teme que as escolas dos EUA estejam falhando em produzir futuros engenheiros suficientes para atender à competição asiática, colocando pressão em museus como o dele para tomarem papel mais influente. "Estamos produzindo gerações de pessoas que não possuem conhecimento sobre como a maioria das coisas com as quais se relacionam no dia-a-dia funcionam", ele disse.

Sustentando a preocupação de Miaoulis, dados mostram que a China produz o maior número de graduados em ciências e engenharia no mundo, montante pelo menos cinco vezes maior que o dos EUA, onde o número tem caído desde o começo dos anos 1980. "Costumávamos ser o país líder em graduados em engenharia e agora a Ásia detém esse papel", disse Miaoulis.

Vibrador hi-tech funciona com SMS

totalmente bizarro... rs
A empresa britânica Cool & Groovy Toy lançou um vibrador hi-tech, que é acionado por comandos recebidos via mensagens de texto no celular. Funciona assim: ao comprar o "brinquedo", você o programa com o número do celular que será usado para enviar as mensagens (o celular deve ser compatível com Bluetooth). Depois disso, a cada mensagem enviada, o Toy vibra.





Seis tags secretas digitadas na mensagem controlam o vibrador. São 26 letras com três diferentes perfis de movimento, cada um deles com cinco velocidades. Das outras letras, é possível obter 45 outros efeitos, chegando a 7,2 mil variações possíveis numa única mensagem, diz o site do fabricante. E, claro, o único celular com poder de fazer vibrar o brinquedo será aquele cadastrado na hora da compra. O site traz uma lista com os modelos de celular compatíveis com o brinquedo - são mais de 30.

A propaganda do produto no site (www.thetoy.co.uk) tem texto engraçados dirigido aos homens ("Não importa quantas mensagens de texto ela receba, as suas são as únicas que ela realmente quer...") e às mulheres ("Imagine-se saindo de casa para ir trabalhar, com o Toy em seu devido lugar..."), sugerindo que o vibrador pode melhorar muito o relacionamento do casal.


sexta-feira, outubro 21, 2005

Para pensar: Nem Egoístas, Nem Generosos

Os opostos se atraem. É verdade. Cerca de 95% dos casais é constituído de opostos, um egoísta e um generoso, que, aparentemente, combinam muito bem. Para o médico psicoterapeuta Flavio Gikovate, entretanto, a relação lastreada no antagonismo não pode ser considerada de boa qualidade. Essa dualidade, aceita e legitimada pela sociedade, acaba deteriorando o convívio íntimo e gera conseqüências em outras esferas, refletindo-se, por exemplo, no comportamento dos filhos e até em atitudes de âmbito social e político.



Com base em seus 40 anos de experiência clínica e no estudo das relações conjugais, Gikovate já escreveu vários livros abordando os conflitos que interferem no amor e na felicidade. Entre eles, Ensaios sobre o amor e a solidão, Uma nova visão do amor e A libertação sexual. Neste mês de junho, comemorando 30 anos da primeira publicação, está lançando um novo título, O mal, o bem e mais além, cuja idéia central é fruto de uma longa reflexão: o egoísmo e a generosidade que se contrapõem na maioria das ligações amorosas.

“Cada vez foi ficando mais claro para mim que a humanidade se divide nesses dois grupos em todos os aspectos: o egoísta, que recebe mais do que dá, e o generoso, que dá mais do que recebe. E que generosidade não é virtude, mas uma falha tão grande quanto o egoísmo”, constata. “O egoísta não tolera frustrações e contrariedades, é mais estourado e agressivo e procura sempre arrumar um jeito de levar vantagem, porque a vida dura não faz parte de seu psiquismo. O generoso, por sua vez, não consegue dizer ‘não’ quando solicitado, porque não sabe lidar com a culpa, sentindo-se envaidecido e superior por conseguir dar mais do que recebe.”

O generoso, conforme enfatiza, é limitado por uma culpa indevida, já que a culpa correta só deveria ser sentida no caso de o indivíduo realmente causar um dano ao outro. “Se você quer a minha bala e eu não quero dá-la para você, é um direito meu, e se você ficar péssimo por causa disso, azar seu”, ilustra. “Agora, se você fizer cara de choro, eu dou. Com isso, você aprende a fazer chantagem emocional comigo, usando a minha culpa como uma fraqueza. Eu vou me sentir abusado, com raiva, mas superior.”

De acordo com o psicoterapeuta, o que existe como virtude é o altruísmo – dedicar-se a causas, fazer doações anônimas. A generosidade na relação íntima, porém, tem conseqüências negativas, já que seu desdobramento é o egoísmo. Sempre que houver um generoso, haverá um egoísta. O que explica essa atração? Segundo ele, a inveja: o egoísta tem inveja do generoso porque acha que ele tem mais para dar, é mais rico, e o generoso inveja o egoísta porque ele diz ‘não’ numa boa e faz muito mais por si mesmo.

“O generoso é muito mais competente para dar coisas ao outro do que para se presentear”, analisa. “Vai ao shopping, compra duas coisas e chega, já se sente culpado. O egoísta não tem limite, não é freado pela culpa. E como ele evita situações de dor e frustração, também nunca se coloca no lugar do outro nem imagina o sofrimento que possa causar. Cuida do interesse próprio e imediato. É capaz de coisas incríveis, que o generoso não é. Fica uma espécie de inveja recíproca, que deriva da admiração pela capacidade do outro. Por um lado, há um clima de encantamento, que leva à aproximação; por outro, um clima de atrito e insatisfação. Monta-se então um jogo de poder: o generoso sentindo-se valorizado, prestigiado e envaidecido com a sua superioridade, o egoísta tentando dominar o outro no grito e na chantagem emocional.”

O mais grave nessa “trama diabólica”, como ele intitula, é que um reforça o jeito de ser do outro. “Não posso mudar senão deixarei de ser admirado e amado. Essa é a idéia”, define. “O generoso cede cada vez mais, achando que assim vai satisfazer o outro, e o egoísta cada vez exige mais, nunca se dando por satisfeito. Os dois ficam cada vez mais antagônicos, estagnados, frustrados. Essas diferenças vão se radicalizando com o passar dos anos, gerando o afastamento ou a ruptura do casal.”

As conseqüências vão ainda além: “Os filhos se vêem diante de dois modelos – um exigente, estourado, reivindicador, outro bonzinho, tolerante, panos quentes. E dois modelos validados um pelo outro. A criança vai copiar um dos dois. O segundo filho, devido à rivalidade entre irmãos, provavelmente seguirá a direção oposta. Dessa forma, os dois padrões vêm se reproduzindo de uma geração para outra e se estendem da vida doméstica para a vida pública. O mais agressivo e guerreiro acaba sempre por deter o poder, enquanto o generoso funciona como uma espécie de poder paralelo. Ele cria a boa idéia, o egoísta se apropria dela e a executa. Tanto um quanto o outro são modelos de injustos. Como uma sociedade formada por pessoas assim pode ser justa?”

Para chegar à categoria dos justos, da qual Gikovate apresenta um “retrato falado” em seu livro, “sem fotografia, pois há pouquíssimos justos no mundo”, o ponto de partida seria parar de valorizar a generosidade como virtude e passar a vê-la como uma fraqueza que deriva do excesso de culpa e cria condições inexoráveis para a existência do egoísmo. “Ambos são imaturos”, enfatiza. “O egoísta não se desenvolve emocionalmente, porque lida mal com frustração, contrariedade e dor; o generoso, porque atola na culpa e não diz ‘não’ quando deveria.”

O justo, no seu entender, está além desses dois modelos: “Não quer se vangloriar e se destacar por ser melhor dando mais do que recebe, nem receber mais do que dá. Quer uma troca equilibrada. Não inveja o oposto, fica contente com o próprio jeito de ser e passa a valorizar as pessoas parecidas, estabelecendo relações afetivas de qualidade. O generoso aprende a dizer ‘não’ aos pedidos indevidos e deixa de ser objeto de chantagem, conquistando auto-estima e liberdade pessoal. O egoísta, por sua vez, sem o generoso por perto, também poderá progredir e amadurecer.”

Com o equilíbrio entre o dar e o receber, todos serão beneficiados, segundo Gikovate. Inclusive a sociedade. O caminho é longo e começa pelo conhecimento do conceito. É preciso tomar consciência e, a partir daí, trabalhar a auto-suficiência emocional, ser mais competente para se virar sozinho, ter um certo controle sobre a vaidade. Superar a intolerância e a incapacidade de lidar com culpa leva à maturidade emocional, a respeitar mais as diferenças e os direitos do outro, sem nenhuma idéia heróica de sacrifício pessoal em favor de nada nem de ninguém. “Parar no ponto justo é a única forma de buscar uma vida afetiva, pessoal, familiar e social mais equilibrada”, ressalta.

Finalmente, ele diz que seu novo livro se destina a pessoas não preconceituosas, dispostas a refletir fora do tradicional. “O intuito é abrir caminho para a evolução pessoal. E isso é possível em qualquer idade, a qualquer tempo.”

quinta-feira, outubro 20, 2005

Cuidado: sua impressora espiona você

Um grupo de defesa da privacidade descobriu o que significam os minúsculos pontos deixados por algumas impressoras coloridas: um código que permite saber a data e a máquina na qual o documento foi impresso. Há algum tempo, a Electronic Frontier Foundation (EFF), um grupo de defesa dos direitos civis com sede em San Franscisco (Califórnia), suspeitava dos pequenos pontos que algumas impressoras laser coloridas escondiam em cada documento.

Depois de cerca de três anos de pesquisas com a ajuda de centenas de voluntários de todo o mundo, que enviaram documentos impressos em diferentes máquinas aos escritórios da EFF, o grupo finalmente revelou o mistério.

Os Serviços Secretos dos EUA admitiram a existência de um acordo com vários fabricantes de impressoras para identificar produtos falsificados, mas até agora não se conhecia a natureza da informação contida em cada documento. Trata-se, no entanto, de uma explicação que não satisfaz a EFF.

"É estranho que alguém o trate como um criminoso sem que você sequer o saiba", afirmou à EFE Rebecca Jeschke, porta-voz do grupo. Segundo David Schoen, técnico da EFF, os pontos de pelo menos uma linha das impressoras codificam o dia e a hora em que o documento foi impresso, assim como o código de série da impressora.

Cannon e Xerox estão na lista de fabricantes que utilizam os códigos (a EFF dispõe de uma lista completa na home-page www.eff.org/Privacy/printers/list.php).

As pequenas marcas são pontos amarelos com menos de um milímetro de diâmetro, repetidos em cada página do documento e tão pequenos que não podem ser vistos a olho nu.

Para observá-los, é necessária uma luz azul e uma lupa ou um microscópio (a EFF também dá em sua página instruções para os curiosos que desejem ver as marcas).



Pontos identificam a hora, data e o número serial da impressora


A fundação começou o projeto com a linha de impressoras Xerox DocuColor, uma máquina mais facilmente encontrada em escritórios e centros de fotocópias do que em residências.

Uma equipe liderada por Schoen comparou diferentes documentos impressos na mesma máquina e, após observar as semelhanças e diferenças, encontrou a maneira de decodificar os sinais. "Até agora, só deciframos o código das impressoras DocuColor - diz Schoen -, mas achamos que outros modelos de outras fabricantes incluem a mesma informação nos pontos".

A organização pôs à disposição do público em sua página um programa automático para que qualquer um possa decodificar os pontos deixados por sua impressora.

A Xerox admitiu previamente que estava atuando em conjunto com o Governo neste sistema de rastreamento, mas assegurou que somente os Serviços Secretos poderiam decifrar a informação. Por sua vez, o Serviço Secreto afirma que só usa esta informação para investigações relacionadas a falsificações.

Mas, segundo adverte a EFF, não há uma legislação específica que impeça o abuso desta informação por parte do Governo. "Os movimentos democráticos clandestinos que publicam panfletos políticos e religiosos sempre necessitarão do anonimato de uma simples página", disse Lee Tien, um dos advogados do grupo. "Esta tecnologia torna mais fácil o trabalho dos Governos na hora de encontrar os dissidentes", afirmou Tien.

O advogado da EFF ressalta que a descoberta tem graves implicações, já que estes códigos dão ao Governo e à indústria privada "possibilidades de enfraquecer nossa privacidade com um equipamento que é utilizado cotidianamente, como as impressoras".

Tien acha que os técnicos da EFF têm muito trabalho pela frente: "A próxima grande dúvida é: que outras armadilhas estão sendo preparadas para garantir que nossa tecnologia nos traia?". Boa pergunta.

Licenças Shared Source da Microsoft

Título original: FSFE comenta novas licenças do programa Shared Source da Microsoft

“Já que nós raramente temos a oportunidade de dizer algo positivo sobre a Microsoft, deixe-me começar parabenizando-a”, diz Georg Greve, presidente da Free Software Foundation Europa. “A Microsoft finalmente parece ter avançado em direção a liberdade dos seus usuários: das cinco licenças publicadas, à primeira vista duas delas parecem seguir a “Free Software Definition” (Definição de Software Livre).”

De acordo com a primeira leitura da FSFE, a “Microsoft Permissive License” (Ms-PL) e a “Microsoft Community License” (Ms-CL) aparentam satisfazer as quatro liberdades que definem o Software Livre. Em particular: a Ms-CL também traz aparentemente uma variação da idéia do Copyleft, que foi implementada pela primeira vez pela GNU General Public License (GPL).

Dadas declarações anteriores da Microsoft a respeito do Copyleft e particularmente sobre a GNU GPL como sendo “viral”, “cancerígena” e “comunista”, ver agora a Microsoft publicar estes mesmos princípios é uma evolução.

Naturalmente, não é a publicação de uma licença, mas sim de software sob ela que dá aos seus usuários liberdade:

É obviamente não muito útil se cada compania, administração ou autor resolver publicar suas próprias licenças; logo seria preferível que a Microsoft tivesse decidido por adotar a GNU General Public License (GPL) e a GNU Lesser General Public License (LGPL) para seu programa chamado “Shared Source” (Código Compartilhado).

Mais de 50% dos Softwares Livres existentes estão publicados sob estas licenças, elas são bem conhecidas e as pessoas tem bons motivos para confiar nelas.

“A Microsoft caminhou um quilômetro e agora está a poucos centímetros da GNU (L)GPL: Nós entendemos completamente que a Microsoft está tentando enfiar a unha do dedinho na comunidade Software Livre, e nós recebemos isso com boas-vindas,” continua Greve. “Mas preferíamos ver com o tempo a Microsoft se juntar a comunidade global de vendedores comerciais de software GNU (L)GPL.”

“Por agora, seria bom se a Microsoft começasse a relicenciar seu portifólio sob a Ms-PL ou Ms-CL; mas nós ainda temos que alertar as pessoas a terem cuidado com relação ao rótulo de “Shared Source” e olhar as licenças usadas caso a caso: As outras três licenças o programa “Shared Source” são claramente proprietárias e obviamente não podem ser chamadas de Software Livre.” conclui Greve.

As Free Software Foundations precisarão de mais tempo para estudar estas licenças e as interações delas com outras licenças mais profundamente, então esta não é uma avaliação final – e a avaliação final pode certamente revelar problemas que não foram visíveis à primeira vista.

A Microsoft ainda tem um longo caminho a seguir, mas por agora parece que eles deram um passo na direção correta, e a Free Software Foundation Europa espera que eles se mantenham nessa direção.

Sobre a Free Software Foundation Europe:

A Free Software Foundation Europe (FSFE), fundada em 2001, é uma organização não-governamental dedicada a todos os aspectos do Software Livre na Europa. Acesso ao software determina quem deve ou não participar numa sociedade digital. A liberdade de usar, copiar, modificar e redistribuir software - como descrito na definição de Software Livre - permite participação igualitária na era da informação. Alertar sobre estas questões, assegurando o Software Livre política e legalmente, e dando liberdade as pessoas suportando o desenvolvimento de Software Livre são as questões centrais da FSFE. Mais informações sobre o trabalho da FSFE podem ser encontradas em http://fsfeurope.org, e participe ativamente http://fsfeurope.org/contribute/.

Link para licenças:
www.microsoft.com/resources/sharedsource/licensingbasics/sharedsourcelicenses.mspx

quarta-feira, outubro 19, 2005

Reféns do pacifismo

Resumo: O pacifismo é a ideologia dos "puros", dos "bem intencionados", mas também dos ingênuos e dos inocentes úteis.

Dia desses, assistindo pela televisão a mais uma das inúmeras passeatas pró-desarmamento que proliferam no Rio de Janeiro a cada final de semana, com meia-dúzia de artistas, "ongueiros" e
pseudo-intelectuais puxando um mar de gente vestida de branco, distribuindo flores e berrando palavras de ordem pela paz e contra a violência, perguntei-me quanto tempo ainda demoraria para aquela multidão se dar conta de que esse é exatamente o jogo que mais interessa ao inimigo. Um inimigo, diga-se, cujos propósitos não serão alterados, sequer num milímetro, pelas belas e alvas imagens dessas manifestações. Ato contínuo, lembrei-me de José Ortega y Gasset e sua análise precisa sobre o pacifismo, a ideologia dos puros, dos bem intencionados, mas também dos ingênuos e dos inocentes úteis.

Em artigo datado de 1937, antes portanto do início das hostilidades entre a Alemanha de Hitler e os aliados da Europa Ocidental, falando especificamente sobre a política pacifista que imperava na Inglaterra desde o final da Primeira Guerra, Gasset apontava o enorme fracasso em que ela se transformara - principalmente quando cotejada com o poderio bélico amealhado pelos nazistas naquela década. Mesmo concordando que a aspiração à paz mundial era uma excelente aspiração, o pensador espanhol demonstrava, com sua lógica irrefutável, o erro crasso do pacifista ao subestimar o inimigo, ao achar que o inimigo pensa e age da mesma forma que ele, que comunga dos mesmos anseios e princípios.

Para Gasset, o pacifista só vê a guerra como um dano, um crime ou um vício, e esquece que, antes e acima disso, a guerra também pode significar um ato, um esforço, uma estratégia de defesa contra a barbárie. O pacifista pensa que para eliminar a guerra [e a violência] basta não fazê-la ou, no máximo, pedir para que não seja feita. Como a considera apenas uma excrescência mórbida surgida no relacionamento humano, acredita que bastam boas intenções e apelos emocionais para extirpá-la das relações sociais. Não enxerga que a paz precisa ser construída com energia e destemor, que a violência precisa ser combatida com armas, quando não superiores, pelo menos iguais às do inimigo.

Não é, portanto, como bem definiu o espanhol, "a vontade de paz o fator decisivo". É preciso que esse vocábulo deixe de significar uma boa intenção e passe a representar um sistema funcional eficiente. Não se poderá esperar nada de fértil nesse campo enquanto o pacifismo não deixar de ser um erro gratuito e cômodo, para ser um complexo conjunto de técnicas sofisticadas de combate aos inimigos da paz. Rudolph Giuliani mostrou, alguns anos atrás, em Nova York, como se opera tal "milagre".

O maior dano que o pacifismo ocasiona consiste, na maioria das vezes, em mascarar as verdadeiras causas do problema. No caso concreto do Brasil, estamos falando da total omissão do Estado naquilo que deveria ser a sua função essencial: o exercício eficiente do poder de polícia. Sucessivos governos venderam aos crédulos ilusões de igualitarismo, distribuição de renda, "justiça social", etc., mas falharam todos naquilo que deveria ser a sua atividade primordial: proteger a vida, a liberdade e a propriedade dos cidadãos. Aliás, como bem lembrado por Jean-François Revel, reverberar essa falácia esquerdista de que a melhor maneira de combater a violência é através de ações assistencialistas para extirpar a pobreza e as desigualdades, é atribuir àquela uma causa que o exame dos fatos não corrobora. Essa argumentação escatológica serve apenas para encobrir a mais completa e absoluta impotência do Estado para formular uma estratégia operacional eficiente do ponto de vista da segurança.

Insistir na cantilena pacifista, como nos lembra o grande Winston Churchill, só nos levará a sacrificar "qualquer vestígio de sensatez ou propósito, esbanjando um palavrório de chavões enquanto o inimigo prepara as suas armas". De fato, como muito bem salientou o ex-primeiro ministro inglês, em palavras que se encaixam como uma luva ao caso brasileiro atual, "a obstinada recusa [dos políticos] a enfrentar fatos desagradáveis, o desejo de popularidade e sucesso eleitoral gratuitos, contrariando na maioria das vezes os interesses vitais da nação, o autêntico amor pela paz e a evidente falta de vigor intelectual [da população], constituem os elementos centrais para a perpetuação da fatuidade e da inépcia, que, embora predominantemente desprovidas de malícia, não são isentas de culpa".

Parafraseando a escritora italiana Oriana Fallaci, eu encerraria dizendo que "detesto a violência como os pacifistas, de má ou boa fé, nunca a detestarão". Entretanto, "quando a paz significa rendição, medo, perda da dignidade, NÃO é paz. É suicídio". Eu rejeito o argumento esdrúxulo segundo o qual o porte legal de armas por pessoas de bem induz a violência. Muito pelo contrário, acredito que a defesa da dignidade e da liberdade individuais é e será sempre prioritária. Se hoje proíbem o comércio legal de armas, amanhã poderão proibir as artes marciais, os facões de cozinha, as pistolas de prego, as chaves de fenda, os automóveis ou qualquer outra coisa, simplesmente porque alguns fizeram mau uso deles. Aqui no Rio de Janeiro chagaram ao absurdo de propor uma lei proibindo o transporte em "garupa" de motocicleta porque o número de assaltos perpetrados por elas havia aumentado.

NÃO. Não é, definitivamente, tirando a liberdade de escolha do cidadão que se combate a violência. NÃO podemos deixar que o Estado jogue sobre os nossos ombros uma responsabilidade e uma culpa que são, exclusivamente, dele.

por João Luiz Mauad em 06 de outubro de 2005

terça-feira, outubro 18, 2005

SeeFree - Visual Spam Blocking System

Realmente não acredito que isso funcione... rs

Óculos apaga publicidade indesejada



Um óculos para quem não gosta da poluição visual causada por outdoors e outros tipos de propaganda na rua foi criado por uma empresa norte-americana. O SeeFree usa um software para identificar e apagar os anúncios da linhas de visão do usuário.

SeeFree glasses

O óculos tem um conjunto de câmeras, que envia seu sinal para dois pequenos monitores na parte de dentro da armação. Através de um software, o SeeFree reconhece os locais onde tem propaganda e coloca um máscara cinza sobre os anúncios, deixando uma visão livre de poluição.

O SeeFree utiliza uma bateria recarregável interna, que se reabastece com energia solar, e o seu monitor tem mais de 65 mil cores de resolução.

O produto está disponível para compra no site da empresa, www.see-free.com, por US$ 1,5 mil, cerca de R$ 3350.




before 1
Without SeeFree glasses
after 1

segunda-feira, outubro 17, 2005

Seios de silicone podem tocar MP3

Chips embutidos em próteses de silicone podem transformar os seios da mulher em tocadores de música digital, anunciam pesquisadores da British Telecom.

Há alguns anos atrás, o futurologista britânico Ian Pears imaginou que seios de silicone pudessem servir também como reprodutores de música digital. “Se uma mulher tem algo implantado permanentemente, é bom que seja algo útil, também”, disse Pearson ao jornal inglês The Sun.

Em princípio, a idéia de Pearson soava como algo muito louco, impossível de acontecer. Mas, recentemente, pesquisadores da British Telecom anunciaram que seria possível realizar a proeza.

Eles explicaram ao The Sun que, por meio de chips, um dos seios funcionaria como player enquanto o outro guardaria a coleção de músicas preferidas da dona da prótese. O dispositivo seria controlado via Bluetooth , através de um painel colocado no pulso.

A invenção tornará os momentos de amor bem mais interessantes

sábado, outubro 15, 2005

Estratégias de busca paralela e serial




Faça o teste. Ache o losango azul e você vai perceber que os objetos azuis da imagem se deslocam para o primeiro plano. Procure então o quadrado amarelo. Mais uma vez, sua atenção destaca os elementos com a cor visada. A aparição concomitante de todos os objetos com uma característica comum distingue a busca paralela.


Encontre agora o sinal de mais com o traço vertical vermelho. De novo, em primeiro lugar todos os sinais de mais se destacam - mas para identificar especificamente o símbolo solicitado, você precisa observar cada imagem. (Se por acaso o sinal de mais com o vermelho na vertical saltar imediatamente aos seus olhos, procure o segundo.) Portanto, a observação individual serial faz parte da estratégia de busca paralela.

Separados, pero no mucho

Ele lá, ela cá, e a relação em xeque. Pode ser férias conjugal, um trabalho em outra cidade ou apenas uma decisão de dar um tempo, mas essa separação de corpos pode fortalecer ainda mais o casal, mesmo se houver infidelidade!

O amor é estranho. Tem casal que se vê de manhã, à tarde, à noite e ainda dorme abraçado, com direito a linguagem tatibitate e apelidinhos carinhosos daqueles que a gente morre de vergonha em público. Há também o que acha ótimo quando o parceiro resolve fazer um programa sozinho, sem que isso signifique necessariamente falta de amor ou vontade de aproveitar para dar uma pulada de cerca. O engraçado é que, colocando uma lente de aumento na situação, você pode descobrir que o segundo casal tem um relacionamento muito melhor do que o primeiro. Passar o tempo todo juntos nem sempre é sinal de uma boa relação, assim como sair sem o par para uma balada pode demonstrar maturidade e equilíbrio na relação. Tudo depende de como ambos encaram a situação. O termo férias conjugais pode ser interpretado de várias maneiras: um tempo para repensar a relação; um afastamento involuntário provocado por um trabalho ou um curso em outra cidade; a impossibilidade do casal de tirar férias no mesmo período; ou mesmo a decisão de ambos de cada um passar um mês onde quiser, sem que o casamento ou namoro naufrague por causa disso.

ALGUNS HOMENS SÃO FIÉIS SEM AMOR, OUTROS AMAM A MULHER, MAS SENTEM UMA NECESSIDADE DE EXPERIMENTAR OUTRAS DE VEZ EM QUANDO

"Se tentar dividir tudo, você acaba se anulando e impossibilitando o vínculo", acredita Luiz Cuschnir, do Serviço de Psicoterapia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Ele fala de um tipo de relação denominada "seqüestro emocional", que é o quanto o amor pode tirar a liberdade do outro. "Ele começa a ficar tão restrito e refém num cativeiro, que o espaço de convívio é aquele quartinho sujo, deteriorando, com uma luzinha, não podendo emitir sons, com um seqüestrador do lado de fora cuidando", explica. Antes que você precise apelar para os investigadores do DAS (Divisão Anti-Seqüestro), fique esperto. Para o médico, a separação temporária pode funcionar sem radicalismo. Por exemplo, o casal continua convivendo diariamente, mas cada um está envolvido em um trabalho diferente, ou estudando algo com dedicação. Até mesmo nas férias, ambos podem ir para um resort com uma grande quantidade de atividades, se separarem pela manhã para curtir o que mais interessar individualmente e se reencontrar para o jantar. Isso já garante, no mínimo, que os dois terão novidades para contar um ao outro, mas evite provocações do tipo: "nossa, como a instrutora de rapel era eficiente". Vai que ela comece a comparar o seu abdome com o do salvavidas... Na verdade, pode até ter rolado alguma situação de sedução, mas sem precisar chegar a consumar alguma traição. Os dois se separaram, mas continuam juntos de alguma forma. "Assim como o homem pode viajar sozinho e telefonar três vezes por dia para a mulher, sem que isso signifique nada", afirma o psiquiatra.

QUANDO O HOMEM DESCOBRE UMA TRAIÇÃO, DIFICILMENTE CONSEGUE MANTER O VÍNCULO CONJUGAL OU AFETIVO

ALIÁS, TRAIÇÃO É um dos maiores fantasmas em qualquer tipo de afastamento temporário - alguns não precisam nem mesmo estar longe do parceiro para sentir pavor de ser passado para trás. Para Viven Ponzoni, coordenadora do Núcleo de Família e Casal da Associação Brasileira de Psicodrama e Sociodrama, alguns casais que resolvem "dar um tempo", na verdade, não conseguem dizer que chegou o momento de se separar. E é aí que acontecem coisas nesse intervalo que aumentam a confusão: "Como já estão desinteressados, às vezes, procuram outro pares, e depois discutem porque um ficou esperando pelo outro e o outro traiu. Mais complica do que ajuda. Em outros casos não. Quando o casal está maduro e quer realmente repensar o relacionamento, esse afastamento físico pode facilitar, sem que tenha que existir uma traição". Para ela, um fator de atrito é quando ambos combinam algo e não cumprem. Sim, até mesmo as relações amorosas são feitas de acordos, e faltar com a sua parte pode ter conseqüências dramáticas. Se você achar que não vai conseguir encarar, por exemplo, um pacto de fidelidade durante o afastamento, é mais recomendável terminar a relação, nem que seja para voltar depois.

FALAR DEMAIS PODE SER RUIM E O EXCESSO DE SINCERIDADE, OU "SINCERISMO",TEM EFEITOS DESTRUTIVOS SOBRE A UNIÃO

"Um dos meus motes é que amor não tem nada a ver com fidelidade, e fidelidade também não tem nada a ver com amor", acredita Cuschnir. Segundo ele, o perfil do homem, no geral, apresenta dois tipos: o que pode viver um amor onde é fiel até debaixo d'água; e o que ama a mulher, mas sente vontade ou necessidade de variar, muitas vezes para desenvolver ou equilibrar o próprio casamento. Ele vê a mulher como companheira e cúmplice em uma situação na qual os valores coincidem, com uma proposta de vida comum. Nem sempre é comodismo ou fraqueza, pode ser uma opção muito clara para continuar com ela porque acha que a separação não tem nada a ver com o que ele quer. O difícil vai ser explicar isso para a parceira.

EXISTE TAMBÉM UM PERFIL interessante, que é o do homem que pode ser fiel, mas não ama a mulher. Não é que ele odeie e planeje envenená-la. "É uma situação onde ele está convivendo bem com a mulher, com uma vida familiar muito boa, mas sem amor. Não é porque ele não ama que não tem a proposta dentro dele de que a família é mais importante e o casamento indissolúvel. Às vezes, os homens têm uma fidelidade à proposta de casamento ou até um respeito a essa mulher, mas não quer dizer que ele a ame", explica o psiquiatra. A terapeuta Vivien ressalta uma outra faceta da traição, em que casais reclamam, mas, no fundo, em uma linguagem implícita, estão de acordo e, de alguma maneira, permitem que ela aconteça. "De certa forma, é um alvará para que o outro continue com aquele comportamento. Porque se for mexer, vai ter de mudar o casamento, falar para todo mundo, separar, trabalhar mais, contar para os amigos que foi traído, enfim, deixa para lá", diz.

Em todo caso, quando a pulada de cerca é inevitável, muitas vezes, o silêncio é o melhor remédio, especialmente quando é a mulher quem trai. "O homem é muito mais rígido em relação a isso. Ele não quer e não pode saber, porque se desorganiza completamente", garante Cuschnir. Nesses casos, a casa cai ou balança fortemente. O homem sente-se desrespeitado e também passa a desrespeitar a mulher, perdendo a confiança nela, não só no papel de companheira, mas na noção que ele tem dela como mulher como um todo.

NÃO CUMPRIR UM ACORDO FEITO ENTRE O CASAL PODE SER MAIS PROBLEMÁTICO DO QUE TERMINAR A RELAÇÃO

Não que elas também aceitem numa boa uma escapada do marido ou namorado, mas o homem tende a confiar mais na mulher do que ela nele, salvo em casos em que ele já foi enganado. O médico diz que a união tende a enfraquecer quando uma traição vem à tona, e critica o "sincerismo", que é a compulsão de ser sincero. Por isso, segure a onda quando voltar de uma viagem e soltar um "nossa, aquela cidade parece que só tinha modelo" para a companheira. Ainda que não configure a consumação do crime, tem o mesmo efeito devastador. Para se prevenir de agressões, deixe os comentários sobre as belezas locais para a rodinha de amigos. E não caia na culpa do que você nem fez. Alguns caras são tão rígidos consigo mesmos que, só pelo fato de terem admirado um corpinho bem torneado que não seja o da própria mulher, trazem na bagagem uma sensação de autocomiseração que só faltam comprar uma chibata para se açoitarem. Fantasia não pode gerar essa repressão toda. "Ele vai soltar isso para a mulher de outra forma, seja não querendo sair com ela, controlando o dinheiro que dá para ela ou sendo muito impaciente com os filhos", diz o psiquiatra.

A MELHOR MANEIRA PARA O CASAL não esquentar a cabeça, estando perto ou longe, é se desenvolver plenamente como dois seres humanos. Quando nos apaixonamos, é natural, até biologicamente falando, viver no grude, passando horas ao telefone, fazendo tudo junto, pensando no outro em tempo integral. Quando essa fase passa, começamos a ver o outro e a notar que há diferenças, nem estamos falando de defeitos, mas de constatar que a idéia romântica de "somos um só" passa por uma transformação. A distância física aumenta, mas não quer dizer que o amor diminui. "É como um bebê, que precisa de um intenso contato físico nos primeiros momentos de vida, mas depois essa criança não vai mais querer colo. Ela quer andar, mexer em tudo, porque existe um universo muito maior", compara a terapeuta Vivien. Por isso, é importante que ambos consigam suportar - e não apenas aceitar - a saída do outro do núcleo do casal, pois, assim, os dois podem voltar. Não é abandono, é ter trânsito, ter movimento. O seu trabalho e os amigos podem estar distante de onde está seu par, mas ela continua com você. Se um casal consegue encarar isso com tranqüilidade, pode curtir suas férias sossegado, ainda que a distância, porque se vocês estiverem num clima de briga, desconfiança e falta de amor, nem junto vai dar certo.

Ultra AP (Armored Patrol)


O corpo de fuzileiros navais americano (Marines) mostrou um conceito de veículo blindado para ser usado por patrulhas que pretendem passar por estradas onde o Hummer já está sendo caçado.

Chamado de Ultra AP (Armored Patrol), o conceito foi desenvolvido baseado em novas tecnologias disponíveis para proteção contra armas e minas, usando blindagem tradicional e com novos materiais. O veículo foi projetado pela the Georgia Tech Research Institute com apoio financeiro do equivalente ao Ministério da Marinha americano.

Usando chassi exclusivo e motor a diesel de alta potência o conceito possui grande altura livre do solo, uma cabine alta com superfícies inclinadas para cima dando maior proteção aos disparos vindos debaixo ou do nível da rua. Se você olhar com atenção verá uma série de acessórios externos e prateleiras onde pode-se levar tralhas ou sacos de areia que atrapalham mais ainda os impactos, principalmente de RPGs anti-tanque. Nota-se um escapamento altíssimo na traseira mais nenhuma entrada de ar com snorkel para a respiração do motor.

O motorista fica numa posição central, os outros 3 soldados ficam sentados um de costas para o outro: cada um dos quatro olha para um lado.

Um dos destaques desse conceito é ter uma cabine de “sobrevivência”, como já encontrada de forma semelhante em alguns helicópteros e aviões de combate: numa grande explosão ela se solta do veículo e sai rolando por aí, dissipando a onda de choque.




Lugar para o motorista e mais quatro soldados