quinta-feira, dezembro 21, 2006

Cross Trainer

Seu conceito é de um patins Off-Road. Para a prática em terreno acidentado e mesmo em locais para patinação. De excelente desempenho da terra à neve. Em paises frios, foi desenvolvido para esquiadores de longa distancia (Nordic Skiers) praticarem no verão.

Bota:

Microfibra, estrutura em material composto (fibra de vidro e resinas), Skeleton Concept II, cano removível, revestimento interno em Lorino TM, tapa parcial de cadarço, fivela com micro ajuste e substituível, cadarços parafinados e proteções anti abrasivas.

Base: Cross Frame, alumínio 7000 de aviação
Rodas: Pneus Powerslide
Rolamentos: Powerslide Rustproof (anti oxidantes).

quarta-feira, dezembro 20, 2006

O espírito do Natal (a caixinha ou o voto)

A caixinha tem um sub-texto. Eles são pobres, são explorados. Você é um privilegiado, estudou e o cacete, agora tem que contribuir. Ok, mas então o pobre tem que me devolver o voto. Explico. Eu acho que ele continua pobre porque o País é comandado por uma besta como o Lula, que não aproveita a maravilhosa oportunidade conferida por um mundo em boom econômico para fazer as coisas que vão tirar o maior número possível de pessoas da pobreza no menor tempo possível. E este mesmo sujeito que vem me extorquir caixinha vota no Lula, que optou por transferir minha renda diretamente para o bolso dele (mesmo sujeito), via aumento do salário mínimo, do Bolsa-Família, desoneração da cesta básica, enquanto eu classe média (que confissão de mau-gosto) tenho que pagar cada vez mais impostos e pagar cada vez mais caro por serviços. A opção rejeitada pelo Lula e pelo pedinte de caixinha é a de usar o imposto arrecadado da minha renda para fazer o país crescer mais rápido.

Ora, então o cara vota no Lula, que manda eu dar meu dinheiro para ele, de uma forma que não vai fazer ele enriquecer por si próprio, e ainda vem me pedir caixinha no final do ano? Vai pra pqp, antes que eu me esqueça.

Das duas uma:
  1. ou eu dou caixinha mas decido como o dinheiro dos meus impostos vai ser usado (e para isto ele tem que me devolver o voto para eu votar contra o Lula), e aí eu vou optar por transferir a grana para ele mesmo, pobre, de um jeito diferente, que vai fazer com que ele deixe de ser pobre aos poucos (educação, infra-estrututra, programas sociais inteligentes);

  2. ou então eu financio compulsoriamente o aumento do salário mínimo, do Bolsa-Família, o inchamento do Estado até quase a grande explosão de merda - isto é, ele e o Lula decidem como vão usar o pedaço da minha renda que eles já estão tascando -, mas não me venham pedir caixinha (e podem ficar com os seus votos e não me encham o saco). Tenho dito!

terça-feira, dezembro 12, 2006

Normal

Um primo da minha mulher, fornecedor de medicamentos e material para hospitais e centros públicos de saúde, conta-me a seguinte história. Tem 300.000 reais e quebrados para receber da prefeitura de uma cidade fluminense há vários meses, e o dinheiro não sai. A secretaria está segurando o pagamento. Na lata, ouve um fiscal dizer que teria de dar 10% de caixinha, 30.000 reais, para receber. Mortificado, diz que aquilo não estava previsto, a venda não fora superfaturada, ia ter prejuízo. É pegar ou largar, sentencia o fiscal. Passa por ali um amigo de outros tempos do fornecedor, agora subchefe da fiscalização. Ele conta o caso, apela, e consegue, no máximo, um desconto pela metade, ouve a justificativa de que é assim que funciona e um conselho: da próxima vez, incluísse o "extra". Diante da minha cara escandalizada, ele resume:

– Normal.

"Normal" tornou-se expressão popular, empregada nos momentos em que deveria haver espanto, e o que vemos é conformação, impotência. Indicação de que a anomalia passou a ser regra. É um meio de o brasileiro conviver com o absurdo. Se alguém exclama "Que absurdo!" quando ouve um caso desses, o que se escuta é: "Normal". Exemplos?

Uma reportagem de televisão mostra o negócio de drogas na entrada da Favela do Buraco Quente, em São Paulo. Os vendedores são adolescentes. Compradores passam de carro, pegam suas trouxinhas e pagam quase sem parar. Tipo drive-thru. Consumidores a pé entram, compram a droga ali no beco mesmo, ao lado da molecada que joga bola. Um garoto de uns 13 anos, revólver em punho, fez o motorista do ônibus mudar o itinerário (é este quem conta), não passar ali pela porta, para não atrapalhar o trânsito da freguesia. Tudo filmado, a polícia sabe.

– Normal.

Presos condenados têm nas celas aparelhos de DVD, televisão e até freezer. Uma reportagem sobre o presídio de Hortolândia mostra que alguns presos têm um ganho extra como "freezeiros": alugam espaço nos seus freezers para outros prisioneiros, ou trocam favores com eles. Absurdo?

– Normal.

Gente que roubou um pacote de manteiga no supermercado ou que foi pega com um boné alheio após uma briga de rua fica mofando na cadeia, enquanto advogados recorrem a formalismos jurídicos para manter em prisão domiciliar assassinos confessos de pessoas indefesas, matadores dos próprios pais ou de namoradas, e ladrões de dinheiro público, mesmo condenados. É justo?

– Normal, cara.

Vemos cenas de hospitais populares com doentes em macas nos corredores ou mesmo deitados pelo chão, à espera de atendimento.

– Normal...

Malandros tomam conta das ruas em torno de escolas, hospitais, casas de shows, estádios, pontos de comércio, teatros, eventos, e extorquem dinheiro dos motoristas que procuram uma vaga para estacionar. Não é, como deveria ser, uma aproximação pacífica, na boa, um pedido jeitoso de uns trocados pela prestação de um favor insignificante. Nada disso. É uma imposição, uma ameaça quadrilheira, algo a que a população se submete para evitar o pior. A polícia sabe, os guardas e fiscais da prefeitura sabem, mas ninguém faz nada para proteger o cidadão. E por quê?

– É normal.

Se um pequeno craque de futebol é muito novo para ser vendido aos clubes estrangeiros, aumenta-se a sua idade com novo registro de nascimento, falsificado. E lá vai ele.

– Normal.

O bandido conta no livro Falcão que, quando a polícia invade a favela atrás do ponto de tráfico, eles correm e se escondem no barraco que quiserem. E a família moradora tem de aceitar. Se não aceitar, ou é obrigada a se mudar da favela ou é morta. É a lei. Está certo isso?

– Normal – justifica o bandido.

E normal é contrabando, pirataria, batalhas entre quadrilhas, jogar lixo pela janela do carro, estacionar em fila dupla, bingo viciado, jogos de azar, roubos de laptops nos aeroportos, pagamento de propina para não ser assaltado... Vivemos uma dolorosa e cruel normalidade.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Infante não morre, vai para o inferno atazanar o capeta

Quando morrer quero ir de Fal ou de Bereta
Chegar no inferno e dar um tiro no Capeta
E o Capeta vai gritar desesperado
Meu Deus do céu tira daqui este Soldado
Quando morrer quero meu ultimo desejo
Ser enterrado numa pista de rastejo
E o coveiro tem que ser um bom guerreiro
Abrir minha cova com granadas e morteiros
e a menina que por mim não choraria
Assobiava a canção da Infantaria

the answer to life, the universe, and everything = 42

sexta-feira, novembro 24, 2006

Break Dance - Red Bull BC One




Uma das maiores batalhas entre dançarinos de rua, a Red Bull BC One agita o Memorial da América Latina no fim de semana

Alex José Gomes Eduardo, mais conhecido por Pelezinho, nasceu há 24 anos na cidade de São José do Rio Preto, interior de São Paulo. Sempre gostou de jogar futebol, estudou até a 8ª série e trabalhou como office-boy. As performances acrobáticas que realiza há cerca de 11 anos como b-boy (dançarino de break, na denominação em inglês) renderam-lhe o 4º lugar no ano passado em uma das maiores batalhas entre dançarinos de rua do mundo, o Red Bull BC One, que chega ao Brasil pela primeira vez amanhã, no Memorial da América Latina.

Jorge André de Lima Gonçalves Curado, o Muxibinha, de 17 anos, assistiu à atuação de Pelezinho em alguns vídeos. 'Eu cresci o olho também', diz, na gíria, o brasiliense que dança desde os 9 anos. 'E pensei comigo mesmo: eu também posso', completa. Pelo fato de a 3ª edição do evento ocorrer no País pela primeira vez, Muxibinha deduziu que haveria uma vaga a mais para um brasileiro. Dito e feito. Após participar de duas etapas eliminatórias - uma regional em Brasília e outra nacional em São Paulo -, ele foi o 'outro' brasileiro selecionado para representar o Brasil e brigar pelo prêmio de US$ 6 mil com outros 15 dançarinos considerados os melhores de todos os cantos do mundo.

Vindo de Taguatinga, cidade satélite do Distrito Federal, Muxibinha vem dividindo o seu tempo entre os estudos do 2º ano do Ensino Médio e um treinamento intensivo de saltos, giros pelo ar e no chão, 'com a consciência de que vou disputar com os melhores do mundo.'

Muita pressão por serem brasileiros e disputarem no País? 'Eu estou mais tranqüilo, pois já é a segunda vez que estou participando da batalha, já imagino como vai ser', diz Pelezinho. 'Eu digo para o Muxibinha que ele não precisa mostrar nada para ninguém, todos sabem que daremos o melhor.' Muxibinha, bem menos expansivo que seu companheiro de 'luta', mostra-se um pouco mais apreensivo com essa nova vida cheia de holofotes, saída das ruas do Planalto Central para o palco que será televisionado no mundo inteiro.

Uma arena com capacidade para 1.200 pessoas foi especialmente montada na frente da biblioteca do Memorial da América Latina. Mais especificamente, ela está localizada em cima da Mão, escultura de Oscar Niemeyer, cuja palma possui o mapa da América Latina desenhado em vermelho. De cada lado da Mão, sairão dois combatentes por vez, que apresentarão suas performances ao ritmo do som comandado pelo DJ de breakdance Woodo.

Devido ao número reduzido de lugares, restrito pelo Departamento de Controle do Uso de Imóveis (Contru), e com ingressos esgotados nos dois primeiros dias de venda, o local pensado pela organização para sediar o evento não foi por acaso: nas duas enormes paredes brancas da biblioteca do Memorial serão projetadas, ao vivo, as imagens da batalha entre b-boys gratuitamente. É torcer para o fim de semana continuar lindo.

No formato 'morte súbita', cuja disputa quem perder estará fora do campeonato, os 16 b-boys vindos do Peru, Rússia, Estados Unidos, Coréia do Sul, África do Sul, Japão, Alemanha, Filipinas, México, Venezuela, Brasil e França vão se enfrentar aos pares. Os quatro primeiros vencedores da edição passada, ocorrida na Suíça, foram automaticamente classificados para esta edição: o francês Lilou, que ficou em 1º lugar; o sul-coreano Hong 10, que alcançou o 2º; o americano Ronnie, em 3º; e o brasileiro Pelezinho, em 4º. Todos eles têm uma característica em comum: são baixinhos. Pelezinho e Muxibinha, por exemplo, têm 1,62 m cada um.

A batalha, que apresenta um dos quatro elementos do hip-hop (os outros três são o MC, o DJ e o grafite), também terá o charme das mulheres numa disputa entre b-girls brasileiras e espanholas, além de uma exposição de grafite.

(SERVIÇO)Red Bull BC One. Memorial da América Latina. Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda, tel. 3823-4600. Amanhã, 19 horas. Ingressos esgotados

quinta-feira, novembro 23, 2006

quinta-feira, novembro 16, 2006

Combat T-98 - Mais forte que um Hummer

Fabricado pelos russos, o Combat T-98 segue a receita do utilitário americano e acrescenta uma poderosa blindagem



O que acontece quando os russos resolvem construir seu próprio Hummer, o jipe americano que ganhou fama desde a primeira guerra no Iraque, em 1990? E quando resolvem lhe acrescentar blindagem antiterrorismo? Se você acredita que ver um Hummer crescendo no retrovisor é uma das imagens mais assustadoras que se pode ter no trânsito, prepare-se para conhecer o Combat T-98.

A empresa Combat Armouring Group, fundada em 1985 com sede em São Petersburgo, Rússia, tem como histórico a produção de veículos blindados para o exército, bancos e companhias de segurança. Até 1990 só produziu protótipos baseados em antiquados carros da Lada e da Luaz. Nesse ano entrou em produção o Pilot, um veículo de dois lugares com motor Audi e tração integral. Em 1993 a empresa passou a se especializar na fabricação e adaptação de veículos blindados e, cinco anos depois, começou a produzir por encomenda o Kanonir 4x4, um pequeno utilitário. Além disso, passou a blindar veículos da russa UAZ.


Foi também em 1998 que o projeto do Combat T-98 foi idealizado. Segundo a empresa, o objetivo era produzir "o melhor veículo blindado não-militar do mundo". Inicialmente usava veículos comuns e adicionava placas de blindagem e vidros à prova de balas. Com resultados aquém do esperado, a empresa percebeu que os veículos modificados não protegiam completamente seus passageiros. Assim, os projetistas construíram o primeiro protótipo em 2000. Três anos mais tarde a Combat passou a atender clientes que consideravam o Hummer vulnerável demais para suas necessidades.



O T-98 é construído artesanalmente e está disponível em diversas configurações. Pode-se escolher entre picape cabine-dupla e utilitário do tipo perua, com opção de entreeixos alongado em ambos. Além disso, é possível optar entre dois motores General Motors: o Vortec V8 a gasolina de 8,1 litros, com potência de 400 cv e torque de 63 m.kgf, e o Duramax turbodiesel de 6,6 litros, 300 cv e 72 m.kgf. Todas as versões têm câmbio automático de cinco marchas e suspensões da GM.

Mas o que realmente interessa no Combat T-98 é sua blindagem. Disponível do nível B2 ao B7, atende às rigorosas necessidades de clientes especiais, como chefes de estados, sultões do petróleo e presidentes de grandes corporações. Na configuração básica, com blindagem B2 resistente a disparos de pistola Magnum 357, é equipado com bolsas infláveis, freios antitravamento (ABS), ar-condicionado, controlador de velocidade, computador de bordo, bancos aquecidos com ajustes elétricos, revestimento em couro e apliques de madeira nobre. Como opcionais, faróis de xenônio (baixos e altos) e sistema de entretenimento. É possível optar pelo acabamento Presidential, que como a denominação indica é voltado a chefes de estado.



O segundo nível suporta balas de calibre 7.62 e o terceiro pode enfrentar terroristas com rifles AK-47. Por fim, o nível B7 antitanque inclui placas de cerâmica entre as camadas de aço de blindagem. Para os níveis mais altos de proteção, o piso é projetado para suportar explosões de minas terrestres e granadas.



O T-98 tem pneus que podem rodar vazios, pára-choques dimensionados para agüentar grandes impactos (para saída forçada de alguma emboscada) e janelas com até 50 mm de espessura! Pode pesar mais de cinco toneladas, mede mais de cinco metros de comprimento e dois de largura e atinge 180 km/h. As rodas podem ser de 17 até 20 pol, com pneus entre 315/70-17 e 325/60-20.



Segundo a empresa, não seria possível adaptar um Hummer para suportar tanta blindagem. Além disso, o Combat é o veículo blindado 4x4 mais rápido do mundo.



Ultra AP - Evolução do Hummer:
http://webscraps.blogspot.com/2005/10/ultra-ap-armored-patrol.html

Onde se ganha o pão se come a carne?


Uma pessoa afirmou esses dias:
Onde se ganha o pão não se come nao a carne.

segunda-feira, novembro 13, 2006

Esmola: indústria que move milhões


São cerca de R$ 2,1 milhões a cada mês

De nota em nota, moeda em moeda, as crianças e adolescentes dos faróis de São Paulo movimentam uma indústria lucrativa: cerca de R$ 2,1 milhões ao mês. Em um ano, a estimativa é de que esse mercado gire em torno de R$ 25 milhões, somando também as roupas, brinquedos, mantimentos e alimentação que também ganham dos motoristas.

Com tanto dinheiro em jogo, muitos pais são os próprios aliciadores, já que a renda média dos filhos nos semáforos é de R$ 900 ao mês fora as outras doações que levam para casa. 'Muitas são vítimas de maus-tratos se não conseguem um bom dinheiro', afirma Adriana Palheta Cardoso, coordenadora de Proteção Especial à Criança e Adolescente da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social.

Além disso, existe a questão cultural, com os pais considerando normal esse tipo de trabalho para suas crianças. 'Eles dizem que, na idade delas, já trabalhavam. E nós respondemos que, se tivessem tido oportunidades, provavelmente não estariam nessa situação hoje.'

O que preocupa a secretaria é que a arrecadação delas chega a duplicar no final do ano, o que incentiva ainda mais a exploração por parte dos adultos.

Na próxima semana, 50 novos agentes de proteção começam a trabalhar nas ruas com essas crianças e suas famílias, para intensificar a campanha chamada Dê mais que esmola. Dê futuro.

Na avaliação de Adriana, com a Cidade enfeitada e o apelo das festas natalinas, as pessoas ficam mais solidárias e sensíveis. As crianças comovem, principalmente, se estão nas ruas debaixo de sol quente ou tarde da noite, fazendo malabares e correndo entre os carros vendendo balas a R$ 1.

A arte de seduzir

Esses pequenos trabalhadores logo aprendem a seduzir para se virar no mercado competitivo dos semáforos das áreas nobres e centro expandido. 'A gente faz uma carinha triste, estende a mão e fala, tia, dá uma moedinha', ensina Fabiano, 11 anos, que faz malabares.

Junto a três irmãos e a mãe, conseguiu dinheiro suficiente para construir a casa simples, mas própria, da família em quatro meses.

Também levou uma bronca da mãe na noite de quinta-feira, pouco depois de quase ser atropelado ao tentar apanhar a sua bolinha de malabares embaixo de um carro. 'Ô moleque, você já perdeu outra bolinha. Toma mais cuidado com elas', reclamou a mãe.

O desafio da secretaria é conscientizar a população para não doar dinheiro ou comprar produtos das crianças nos faróis.

'Entendemos a solidariedade das pessoas, mas façam doações para entidades que confiem, não ajudem a manter esse círculo vicioso das crianças nas ruas', explica a coordenadora.

Segundo a Prefeitura, se as doações não acontecerem, as famílias terão que aceitar os programas de transferência de renda e tirar as crianças dos faróis, mantendo-as nas escolas e em programas socioeducativos, sob pena de perder o benefício. Atualmente, a concorrência é injusta. A bolsa do PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) é de R$ 40 por mês por criança que pare de trabalhar.

'Como vamos concorrer com crianças que ganham isso ou mais por dia', lamentou Cássio Giorgetti, coordenador dos agentes de proteção da Central de Atendimento Permanente da secretaria.

Mas motivos não faltam para não dar dinheiro às crianças e optar por alguma outra forma de auxílio aos menores carentes.

'Elas ficam expostas a todo tipo de vulnerabilidade. Além disso, são vítimas de assédio moral e sexual, têm rendimento precário na escola e acabam entrando em contato com o mundo das drogas e a criminalidade muito facilmente.'

EM NÚMEROS
2 mil é o número de crianças dos faróis

1.983 já foram tiradas do trabalho infantil entre dezembro/04 a agosto/06

R$ 30 é a média que recebem por dia nos cerca de 180 cruzamentos da Cidade

MARICI CAPITELLI
marici.capitelli@grupoestado.com.br

segunda-feira, novembro 06, 2006

O que são os militares

Você quase não os vê porque são poucos, para um Brasil tão grande, mas eles existem. Aliás, insistem em fazê-lo. Aceitam morar na Amazônia e em outros lugares inóspitos e insalubres

- insistem em continuar cumprindo com suas atribuições constitucionais, apesar de anos a fio de orçamentos gradativamente depauperados;

- fazem questão de constituir famílias (são ousados) e de tentar sustentá-las com os minguados salários;

- substituem as forças de segurança em greve, cujos integrantes recebem vencimentos superiores aos seus (e ainda se julgam com direito de majorá-los), só porque acreditam ser essa sua missão diante da Nação que lhes paga mal e alimenta parcialmente;

- constantemente têm atirados ao rosto questionamentos a respeito de sua utilidade e procuram justificá-la perante os ignorantes, revanchistas e derrotados no campo da luta ideológica e que se vingam lançando sobre eles acusações difusas nas quais espelham, em realidade, o medo que a sociedade os chame de volta, como sempre o fizeram no passado histórico

Aliás, a Nação tem o estranho hábito de recorrer a eles nos momentos de perigo

Porque agem assim? Porque acreditam em valores e têm princípios

Além disso, a hierarquia lhes impõe a disciplina e o silêncio

Perigo haverá quando deixarem de acreditar nos valores, perderem os princípios (como muitos segmentos da sociedade já o fizeram), a hierarquia for quebrada, a disciplina não mais justificar o silêncio e não puderem cumprir a missão que a Nação lhes atribui, por terem exaurido suas forças

Agora, a elite conjuntural governante parece ter um grande problema
Como conceder a esses estóicos anônimos, que não têm o direito de greve ou de reivindicação por meio de outros movimentos paredistas a correção do desgaste nos vencimentos?

Afinal, por desejo das elites libertárias ou libertinas que se apossaram do poder, eles já deveriam ter desaparecido , mas insistem em ter os maiores índices de aprovação popular nas pesquisas comparativas em relação a outros segmentos da chamada sociedade organizada.

Alegam, os usuários do poder, falta de recursos, comprometimento do superávit primário, dificuldades com a previdência etc, toda uma ladainha que já beira as raias do ridículo, que a sociedade já reconhece como esfarrapadas, enquanto promovem desmandos e beneficiam bandidos e terroristas da própria quadrilha deles com polpudas indenizações vitalícias.

Na realidade, é preciso tirar-lhes os brios e os méritos, humilhá-los ainda mais, quebrar-lhes o ânimo.

Quem sabe, assim, desistam de existir?

Mas parece que eles têm uma infinidade de vidas. São piores que a fábula das sete vidas dos gatos.

Quando morrem, apenas se reagrupam na eternidade.

Eles acreditam na Justiça e no ciclo da História. Talvez tenham aprendido a lição e não deixem que ela se repita. Um de seus antigos chefes já advertiu para a cólera das legiões.

Eles são os militares!

Apenas querem cumprir sua missão. Os políticos ainda não perceberam que o risco é infinitamente menor quando eles estão equipados com as melhores armas e idéias que a Nação puder lhes dar, conforme, sabiamente, profetizou o General Douglas MacArthur.

São preparados para sobreviver na adversidade. Alimentam-se da fé em suas crenças. Não pedem muito, apenas o mínimo: respeito, sem humilhações.

O perigo realmente existirá , quando os militares acreditarem que estão por si sós.

Percival A Costa - Capitão-de-Mar-e-Guerra Reformado

terça-feira, setembro 19, 2006

Links de Bibliotecas pelo Mundo

Biblioteca Apostólica Vaticana - biblioteca que possui um arquivo
secreto: bav.vatican.va

Biblioteca Central - localize os livros das bibliotecas da UFRGS:
www.biblioteca.ufrgs.br

Biblioteca del Congreso - item Expo Virtual mostra alguns tesouros dessa
biblioteca argentina: www.bcnbib.gov.ar

Biblioteca Digital Andina - Bolívia, Colômbia, Equador e Peru estão
representados: www.comunidadandina.org/bda

Biblioteca Digital de Obras Raras - livros completos digitalizados, como
um de Lavoisier editado no século 19: www.obrasraras.usp.br

Biblioteca do Hospital do Câncer - índice desse acervo especializado em
oncologia: www.hcanc.org.br/outrasinfs/biblio/biblio1.html

Biblioteca do Senado Federal - sistema de busca nos 150 mil títulos da
biblioteca: www.senado.gov.br/biblioteca

Biblioteca Mário de Andrade - acervo, eventos e história da principal
biblioteca de São Paulo: www.prefeitura.sp.gov.br/mariodeandrade

Biblioteca Nacional de Portugal - apresenta páginas especiais com
reproduções relacionadas a Eça de Queirós e a Giuseppe Verdi, entre
outros: www.bn.pt

Biblioteca Nacional de España - entre as exposições virtuais, uma
interessante coleção cartográfica do século 16 ao 19: www.bne.es

Biblioteca Nacional de la República Argentina - biblioteca, mapoteca e
fototeca: www.bibnal.edu.ar

Biblioteca Nacional de Maestros - biblioteca argentina voltada para a
comunidade educativa: www.bnm.me.gov.ar

Biblioteca Nacional del Perú - alguns livros eletrônicos, mapas e
imagens: www.binape.gob.pe

Biblioteca Nazionale Centrale di Roma - expõe detalhes de obras antigas
de seu catálogo: www.bncrm.librari.beniculturali.it

Biblioteca Româneasca - textos em romeno e dados sobre autores do país:
www.biblioteca.euroweb.ro

Biblioteca Virtual Galega - textos em língua galega, parecida com o
português: www. bvg.udc.es

Bibliotheca Alexandrina - conheça a instituição criada à sombra da famosa
biblioteca, que sumiu há mais de 1.600 anos: www.bibalex.org/website

California Digital Library - imagens e e-livros oferecidos pela
Universidade da Califórnia: californiadigitallibrary.org

Celtic Digital Library - história e literatura celtas: celtdigital.org

Círculo Psicanalítico de Minas Gerais - acervo especializado em
psicanálise: www.cpmg.org.br/n_biblioteca.asp

Cornell Library Digital Collections - compilações variadas, sobre
agricultura e matemática, por exemplo: moa.cit.cornell.edu

Corpus of Electronic Texts - história, literatura e política irlandesas:
www.ucc.ie/celt

Crime Library - histórias reais de criminosos, espiões e terroristas:
www.crimelibrary.com

Educ.ar Biblioteca Digital - em espanhol, apresenta livros e revistas de
"todas as disciplinas": www.educ.ar/educar/superior/biblioteca_digital

Gallica - Bibliothèque Numérique - volumes da Biblioteca Nacional da
França digitalizados: gallica.bnf.fr

Human Rights Library - mais de 14 mil documentos relacionados aos
direitos humanos: www1.umn.edu/humanrts

IDRC Library - textos e imagens desse centro de estudos do
desenvolvimento internacional: www.idrc.ca/library

Internet Ancient History Sourcebook - página dedicada à difusão de
documentos da Antiguidade: www.fordham.edu/halsall/ancient/asbook.html

Internet Archive - guarda páginas da internet em seus diversos estágios
de evolução: www.archive.org

Internet Public Library - indica páginas em que se podem ler documentos
sobre áreas específicas do conhecimento: www.ipl.org

John F. Kennedy Library - sobre o presidente americano John F. Kennedy,
morto em 1963: www.cs.umb.edu/jfklibrary

LibDex - índice para localizar mais de 18 mil bibliotecas do mundo todo e
seus sites: www.libdex.com

Lib-web-cats - enumera bibliotecas de mais de 60 países, mas o foco são
os EUA e o Canadá: www.librarytechnology.org/libwebcats

Libweb - outro site de busca de instituições, com 6.600 links de 115
países: sunsite.berkeley.edu/Libweb

Mosteiro São Geraldo - livros e periódicos sobre história e literatura
húngara, filosofia, teologia e religião: www.msg.org.br

National Library of Australia - divulga periódicos australianos da década
de 1840: www.nla.gov.au

Oxford Digital Library - centraliza acesso a projetos digitais das
bibliotecas da Universidade de Oxford: www.odl.ox.ac.uk

Perseus Digital Library - dedicado a estudos sobre os gregos e romanos
antigos: www.perseus.tufts.edu

Servei de Biblioteques - bibliotecas da Universidade Autônoma de
Barcelona: www.bib.uab.es

The Aerial Reconnaissance Archives - recém-lançado, site promete divulgar
5 milhões de fotos aéreas da Segunda Guerra Mundial: www.evidenceincamera.co.uk

The British Library - além de busca no catálogo, tem coleções virtuais
separadas por região geográfica: www.bl.uk

The Digital Library - diversas coleções temáticas, como a de escritoras
negras americanas do século 19: digital.nypl.org

The Digital South Asia Library - periódicos, fotos e estatísticas que
contam a história do Sul da Ásia: dsal.uchicago.edu

The Huntington - grande quantidade de obras raras em arte e botânica:
www.huntington.org

The Math Forum - textos que se propõem a auxiliar no ensino da
matemática: mathforum.org/library

The New Zealand Digital Library - destaque para os arquivos sobre
questões humanitárias: www.sadl.uleth.ca/nz/cgi-bin/library

Treasures of Keyo University - um dos destaques é a reprodução da Bíblia
de Gutenberg: www.humi.keio.ac.jp/treasures

Unesco Libraries Portal - informações sobre bibliotecas e projetos
voltados para a preservação da memória: www.unesco.org/webworld/portal_bib

UOL Biblioteca - dicionários, guias de turismo e especiais noticiosos:
www.uol.com.br/bibliot

UT Library Online - possui uma ampla coleção de mapas: www.lib.utexas.edu

Bibliotecas virtuais

Alexandria Virtual - acervo variado, de literatura a humor:
www.alexandriavirtual.com.br

Bartleby.com - importantes textos, como os 70 volumes da "Harvard
Classics" e a obra completa de Shakespeare: www.bartleby.com

Bibliomania - 2.000 textos clássicos e guias de estudo em inglês:
www.bibliomania.com

Biblioteca dei Classici Italiani - literatura italiana, dos "duecento"
aos "novecento": www.fausernet.novara.it/fauser/biblio

Biblioteca Electrónica Cristiana - teologia e humanidades vistas por
religiosos: www.multimedios.org

Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro - especializada em literatura
em língua portuguesa: www.bibvirt.futuro.usp.br

Biblioteca Virtual - Literatura - pretende reunir grandes obras
literárias: www.biblio.com.br

Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes - cultura hispano-americana:
www.cervantesvirtual.com

Biblioteca Virtual Universal - textos infanto-juvenis, literários e
técnicos: www.biblioteca.org.ar

Contos Completos de Machado de Assis - mais de 200 contos de Machado de
Assis: www.uol.com.br/machadodeassis

Cultvox - serviço que oferece alguns e-livros gratuitamente e vende
outros: www.cultvox.com.br

Dearreader.com - clube virtual que envia por e-mail trechos de livros:
www.dearreader.com

eBooksbrasil - livros eletrônicos gratuitos em diversos formatos:
www.ebooksbrasil.com

iGLer - acesso rápido a duas centenas de obras literárias em português:
www.ig.com.br/paginas/novoigler/download.html

International Children's Digital Library - pretende oferecer e-livros
infantis em cem línguas: www.icdlbooks.org

IntraText - textos completos em diversas línguas, entre elas o latim:
www.intratext.com

Jornal da Poesia - importante acervo de poesia em língua portuguesa, com
textos de mais de 3.000 autores: www.secrel.com.br/jpoesia

Net eBook Library - biblioteca virtual com parte do acervo restrito a
assinantes do site: netlibrary.net

Nuovo Rinascimento - especializado em documentos do Renascimento
italiano: www.nuovorinascimento.org/n-rinasc/homepage.htm

Online Literature Library - pequena coleção para ler diretamente no
navegador: www.literature.org

Progetto Manuzio - textos em italiano para download, incluindo óperas:
www.liberliber.it/biblioteca

Project Gutenberg - mantido por voluntários, importante site com obras
integrais disponíveis gratuitamente: www.gutenberg.net

Proyecto Biblioteca Digital Argentina - obras consideradas
representativas da literatura argentina: www.biblioteca.clarin.com

Romanzieri.com - livros eletrônicos em italiano compatíveis com o
programa Microsoft Reader

Amigos

Vinicius de Moraes (1913-1980)

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências.

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.

Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.

Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo!

Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer

Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

A gente não faz amigos, reconhece-os.

quarta-feira, setembro 06, 2006

50% dos votos nulos não anulam a eleição

Acabou um dos mitos mais recorrentes na internet durante o atual processo eleitoral: o de que 50% ou mais dos votos nulos dados pelos eleitores anulariam o pleito sendo necessária a convocação de nova votação. É quase impossível encontrar alguém que não tenha recebido o spam da campanha que divulga essa lenda. Pois o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, diz que essa determinação não existe na lei, não está na Constituição e há até uma decisão recente da Corte (de agosto último) falando exatamente o oposto.

A explicação de Marco Aurélio Mello é cristalina e vem em boa hora. Nada contra o voto nulo, uma manifestação legítima do eleitor (basta digitar "00" na urna e clicar em "confirma"). O ruim era que pessoas estavam acreditando ter o poder de cancelar o pleito. Não têm. O voto nulo basicamente vai ajudar a eleger mais dos mesmos. Quantos menos forem os votos válidos, menos votos vai precisar um político tradicional para ficar no cargo que já ocupa.

O equívoco existia porque, de fato, a lei fala sobre novo pleito quando "a nulidade atingir a mais da metade dos votos no país". Ocorre que essa "nulidade" se refere aos votos anulados por fraude, entre outras razões, e não aos votos nulos dados pelo eleitor –algo bem diferente.

A seguir, um resumo das explicações dadas pelo ministro Marco Aurélio Mello:

1) Constituição:

menção a voto nulo aparece na descrição de como se dá a eleição para presidente da República, no artigo 77, parágrafo 2º: "Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos".

Interpretação do ministro Marco Aurélio Mello: "O texto não diz ser necessário que mais da metade do votos sejam válidos, isto é, os dados aos candidatos. Determina apenas que será eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos válidos. Assim, se 60% [do total] dos votos forem brancos ou nulos, uma hipótese remota, será eleito o candidato que obtiver pelo menos 20% mais um dos votos válidos (que, neste exemplo, foram 40%)".

2) Código Eleitoral (lei lei 4.737, de 1965):

A controvérsia sobre anulação da eleição existe por causa do artigo 224 do Código Eleitoral:

"Art. 224. Se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do país nas eleições presidenciais, do Estado nas eleições federais e estaduais ou do município nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações e o Tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias".

(...)

"Parágrafo 2º Ocorrendo qualquer dos casos previstos neste capítulo o Ministério Público promoverá, imediatamente a punição dos culpados".

Interpretação do ministro Marco Aurélio Mello: "Como se observa, o parágrafo 2º desse artigo fala em 'punição aos culpados'. Ora, quem vota nulo por vontade ou por erro não é culpado de nada nem pode ser punido, até porque o voto é dado de maneira secreta. Além disso, os artigos anteriores ao 224 no Código Eleitoral explicitam que quando se tratou 'nulidade' o legislador se referia a votos anulados em decorrência de atos ilícitos, como fruade em documentos, por exemplo. Não quis se tratar do voto nulo dado pelo próprio eleitor".

3) Jurisprudência mais recente.

O Tribunal Superior Eleitoral deliberou a respeito do tema em 17 de agosto último, ao julgar um caso em que se requeria a anulação de uma eleição municipal de 2004, em Ipecaetá, na Bahia, para a realização de novo pleito.

No Recurso Especial Eleitoral 25.937, o Tribunal deliberou: "Não se somam (...), para fins de novas eleições, os votos nulos decorrentes de manifestação apolítica do eleitor, no momento do escrutínio, seja ela deliberada ou decorrente de erro".

Ou seja, para calcular se houve mais de 50% de votos nulos (por fraude) em uma eleição não devem ser considerados os votos nulos dado pelo próprio eleitor.

sexta-feira, agosto 25, 2006

25 de Agosto. A todos nós, Soldados

Antes de felicitar os soldados, cabe uma reflexão do que seja soldado....

Soldado não é só aquele que calça coturno, tem estrelas ou graduações, medalhas ou porta armas, mas sim, aquele que tem amor à sua pátria, ao chão que nos dá o que comer e às nossas famílias, a todos que falam a mesma lingua – sem com que e qual sotaque – e, têm as mesmas tradições e história, desde que aqui viva ou tenha suas ligações.

Nos pés descalços do caboclo que cavoca o chão para plantar a mandioca que fará a farinha para qualquer mesa do mundo, nos calos da enxda puxada diáriamente ao plantar uma salada para qualquer mesa de um cidadão, aos calos nas mãos do peão que cerca o gado destinado à finas mesas, no suor do carteiro, no sorriso de um vendedor, no afago de uma professora, no apito do sorveiteiro, no sal do pipoqueiro da praça, no varredor de nossas ruas, no cobrador de ônibus, no trabalhador comum e nas donas-de-casa, mães e pais de família...

Esses são os soldados de nossa sociedade e como tais, carregam nossas mais profundas tradições e sentimentos de fraternidade, amizade, camaradagem, como só aquelas afetas às pessoas de bom coração e sentimentos que vê no sorriso de uma criança feliz, alegre, saltitante ou nos olhos rasos de alegria de um senhor de alvos cabelos a ver serenidade de nossa liberdade e zelar e rezar para que isso se sustente e para sempre nos conserve. Essa é a mão amiga que sustenta nossas tradições, nossas vidas, nossas famílias, nossa sociedade e nosso país, cercado pelas extensas fronteiras secas ou as lambidas pelas ondas do oceano...

No braço forte, sustenta-se a nossa sociedade em homens dedicados, sóbrios, atentos e mesmo que precáriamente dotados de equipamentos ou pagas mensais, se sustentam da devoção, do heroísmo, da dedicação em cumprir o nobre papel que lhes competem, calejando os ombros com o pesado fuzil a montar guarda em nossas mais distantes guaritas a ouvir ao longe o clarim da liberdade soprar aos ventos de todos os nossos rincões e rezar para que Deus os tenha e mantenha suas famílias e povo na segurança.

Soldado é ser isso... Mesmo de coturno ou pés no chão, servir à pátria com seu suor, seja como for, fardado ou não, portando armas ou enxadas. Soldado é aquele que vê em sua terra, o destino de seus filhos, netos, vizinhos, amigos e parentes e se solidifica na lisura, na amizade, na simpatia, na honestidade e na esperança de dias melhores e se verga em cumprir o seu papel em benefício de todos, uns produzindo e outros zelando para que esses possam produzir em paz.

Somos todos soldados, desde as primeiras carteiras de escolas de nossas vidas até os doutorados que zelam em trazer ao seu povo dias felizes e mais saudáveis.

No dia 25 de agosto, o clarim parece saudar apenas o soldado fardado, mas não, assim não deve ser, pois somos todos soldados, mesmo não estando prestando continência ou as recebendo, pois de uma forma ou outra, todos lá estamos, dentro de um quartel a prestar continência à nossa pátria, nas mãos de um filho, de um pai, de um sobrinho, de um irmão, de um primo, de um colega, de um amigo ou, de tantas outras mãos, até femininas, que hoje servem nossa pátria por esses rincões afora, em benefício de todos. Que nesse soar de clarim do dia 25 de agosto, toque o coração de todos, desde os Caxias de ontem aos Caxias de hoje, pois todos todos somos soldados, de sangue verde-oliva, azulão ou branco, até os das polícias de nossos estados, de nossas cidades e os de ternos nas delegacias, nos plantões, nas guaritas de quaisquer lugares desse nosso Brasil, pois assim deve ser, para que nossos brasis se solidifique e cada vez mais, sejamos apenas um Brasil, forte, de mão amiga e braço sustentável, mas sem os demais, ditos, “brasileiros”, que insistem em não marcharem conosco e estarem sempre de passos errados, a marchar em direções contrárias e a sorver os suores de nossos soldados em benefício sabe-se lá de quem, pois se prestam à desunião e à desestruturação desse exército enorme de quase cento e noventa milhões de brasileiros que tem na honra, na dignidade, na amizade, fraternidade, na benção divina, os seus reais propósitos de um dia, ouvirem os clarins tocarem por todos os cantos e todos os dias, como se fossem o dia de todos os soldados, livres, unidos, coesos e destinados a uma só marcha: a de fazer nosso país crescer, ser o mesmo a todos e dar as mesmas oportunidades a todos, seja aos meus, como aos seus, aos nossos filhos e demais descendentes.

Feliz dia do soldado a todos nós, bons soldados, pois merecemos esse país que defendemos a cada dia com nossos suores e bons pensamentos ou mesmo, vergando farda, estrelas, graduações, armas ou enxadas e canetas...

Felizes somos se assim se perpetuar, uma nação livre, soberana, simpática a todos os povos e crenças e de boa vivência e vizinhança a quem quer que seja, mesmo aos ruins, e assim, possamos, mesmo que aos poucos, sermos moldados para a nação do futuro, eliminando os que insistem em serem maus e sermos, um dia, só soldados do mesmo pelotão da seriedade e da simpatia e devoção para um Brasil de todos e para todos...

Aos meus filhos de farda, afilhados, sobrinhos, amigos, colegas, companheiros e mesmo todos os irmãos de quaisquer forças ou orgãos de segurança e a todos os demais brasileiros de boa índole e fé, feliz dia do Soldado e, por mais terra que eu percorra, não permita Deus que eu morra sem que um dia, possa ainda ter a certeza de que nesse chão, em se pisando, serão todos felizes e livres!
Parabéns, ó brasileiros de sangue verdadiramente brasileiro, seja de que raça, credo ou nacionalidade for. Você é um soldado brasileiro, desde que pise dentro de nossas fronteiras!

Brasil, acima de tudo!

Carlos ALBERTO Silva
2º Tenenete R/2
Engenharia – Exército Brasileiro/CPOR-SP/1977
E-mail: r2alberto@ig.com.br

segunda-feira, agosto 07, 2006

Prisão-acampamento

Joe Arpaio é o xerife do Condado de Maricopa no Arizona já há bastante tempo e continua sendo re-eleito a cada nova eleição.


Motivo:
  • Ele criou a "cadeia-acampamento", que são várias tendas de lona, cercadas por arame farpado e vigiado por guardas como numa prisão normal.
  • Baixou os custos da refeição para 40 centavos de dólar que os detentos, inclusive, tem de pagar.
  • Proibiu fumar, não permite a circulação de revistas pornográficas dentro da prisão e nem permite que os detentos pratiquem halterofilismo.
  • Começou a montar equipes de detentos que, acorrentados uns aos outros, (chain gangs), são levados à cidade para prestarem serviços para a comunidade e trabalhar nos projetos do condado.
  • Para não ser processado por discriminação racial, começou a montar equipes de detentas também, nos mesmos moldes das equipes de detentos.
  • Cortou a TV a cabo dos detentos, mas quando soube que TV a cabo nas prisões era uma determinação judicial, religou, mas só entra o canal do Tempo e da Disney.
Quando perguntado por que o canal do tempo, respondeu que era para os detentos saberem que temperatura vão enfrentar durante o dia quando estiverem prestando serviço na comunidade, trabalhando nas estradas, construções, etc.

Em 1994, cortou o café, alegando que além do baixo valor nutritivo, estava protegendo os próprios detentos e os guardas que já haviam sido atacados com café quente por outros detentos, sem falar na economia aos cofres públicos de quase US$ 100,000.00/ano.
Quando os detentos reclamaram, ele respondeu:
- Isto aqui não é hotel 5 estrelas e se vocês não gostam, comportem-se como homens e não voltem mais.

Distribuiu uma série de vídeos religiosos aos prisioneiros e não permite quaisquer outros tipos de vídeo na prisão. Perguntado se não teria alguns vídeos com o programa do partido democrata para distribuir aos detentos, respondeu que nem se tivesse, pois provavelmente essa era a causa da maioria dos presos ali estarem.

Com a temperatura batendo recordes a cada semana, uma agencia de noticias publicou:
- Com a temperatura atingindo 116 F, (47 C), em Phoenix no Arizona, mais de 2000 detentos na prisão acampamento de Maricopa tiveram permissão de tirar o uniforme da prisão e ficar só de shorts, (cor de rosa), que os detentos recebem do governo.

Na última quarta feira, centenas de detentos estavam recolhidos às barracas, aonde a temperatura chegou a atingir a marca de 138°F, (60°C). Muitos com toalhas cor de rosa enroladas no pescoço estavam completamente encharcados de suor. Parece que a gente está dentro de um forno, disse James Zanzot que cumpriu pena nessas tendas por um ano.

Joe Arpaio, o xerife durão que inventou a prisão-acampamento, faz com que os detentos usem uniformes cor-de-rosa e não faz questão alguma de parecer simpático.
Diz ele aos detentos:
- Nossos soldados estão no Iraque onde a temperatura atinge 120°F (50°C), vivem em tendas iguais a vocês, e ainda tem de usar fardamento, botinas, carregar todo o equipamento de soldado e, além de tudo, não cometeram crime algum como vocês, portanto calem a boca e parem de reclamar".

Se houvessem mais prisões como essa, talvez o número de criminosos e reincidentes diminuísse consideravelmente.

Criminosos têm de ser punidos pelos crimes que cometeram e não serem tratados a pão-de-ló, tendo do bom e melhor, até serem soltos pra voltar a cometer os mesmos crimes e voltar para a vida na prisão, cheia de regalias e reivindicações.

Muitos cidadãos honestos, cumpridores da lei, e pagadores de impostos não tem, por vezes, as mesmas regalias que esses bandidos tem na prisão.

Texto da CNN sobre o assunto: http://www.cnn.com/US/9907/27/tough.sheriff/

sexta-feira, agosto 04, 2006

Uma imagem...

vale o que mesmo? :-)


terça-feira, julho 25, 2006

Investimento em robótica...

"Na Coréia do Sul, o governo determina que 1% do PIB seja aplicado em pesquisas sobre robótica", lembrou o professor Sadek Absi Alfaro, do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Brasília, em reportagem da Agência Fapesp. Enquanto isso, frisou, "o brasileiro ainda acredita que o robô pode tirar empregos da indústria nacional".

sexta-feira, julho 21, 2006

Fato consumado

Olavo de Carvalho


Uma revolução não consiste em "tomar o poder". A tomada do poder é apenas um elo numa cadeia de transformações que começa muito antes e termina muito depois dela. Uma revolução é um processo complexo, que se estende por décadas e se desenrola com ritmos desiguais, entre fluxos e refluxos, às vezes simulando ter cessado por completo, às vezes precipitando-se em crises espasmódicas que parecem o fim do mundo. Durante muito tempo, a unidade do processo só é visível aos que o planejaram e a uns poucos observadores qualificados. O restante da população se deixa confundir pela variedade polimorfa dos acontecimentos, sem atinar com a lógica por trás da confusão aparente.

Uma das linhas de força essenciais que compõem uma revolução é a lenta e gradativa substituição da ordem legal por um novo critério legitimador, injetado sutilmente, de início, mas depois impondo-se de maneira cada vez mais descarada, até que o apelo à antiga norma se torne reconhecidamente impotente, reduzindo-se a objeto de chacota.

O MST poderia, sem dificuldade, ter-se registrado como ONG e solicitado legalmente a ajuda financeira do Estado. Se não o fez, não foi tanto para escapar à responsabilidade civil e penal, mas por um cálculo estratégico muito preciso: mais importante até do que instituir a violência e o terror como meios válidos de acesso à propriedade da terra era subjugar e usar o próprio Estado como instrumento legitimador do processo. Desde o momento em que o governo federal aceitou financiar com dinheiro dos impostos os crimes praticados por uma entidade legalmente inexistente, inimputável portanto, a antiga estrutura jurídica do Estado cessou de existir. Discreta e impercebida, mas nem por isso menos possante, a nova hierarquia legal que então passou a vigorar baseia-se na imposição tácita da ideologia revolucionária como fonte de todos os direitos e obrigações, revogadas as disposições em contrário. Essa inversão radical do critério de legitimidade é muito mais decisiva do que a subseqüente tomada do poder, que não faz senão dar expressão visível ao fato consumado.

Não há portanto nada de estranho em que um órgão tão representativo do pensamento das elites nacionais como a Escola Superior de Guerra se disponha a ouvir com humildade e respeito as lições do sr. João Pedro Stedile. O chefe do MST é algo mais do que mera autoridade: como primeiro cidadão oficialmente liberado pelo Estado para passar por acima das leis e remoldá-las à sua imagem e semelhança, ele é a célula-mãe, o símbolo gerador, o modelo vivo da nova ordem. A ESG tem mesmo é de bater-lhe continência e, se possível, beijar-lhe os pés, se conseguir erguer-se para alcançá-los.

Em contraste com esse auto-aviltamento masoquista, o brigadeiro Ivan Frota, ao tomar posse na presidência do Clube da Aeronáutica, advertia dias atrás contra "grupos paramilitares extremados, travestidos de 'movimentos sociais', desencadeando uma orquestrada programação de vandalismo indiscriminado, ante a inação e até o velado apoio de autoridades governamentais do mais alto escalão". É sinal auspicioso de que nem todos, nas Forças Armadas, estão contentinhos de viver no "mundo às avessas".

Mas, no mundo civil, proliferam os sinais de adaptação feliz à ordem invertida. O juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal, por exemplo, induzido pelo governo a soltar os 32 baderneiros do MLST, baixou sentença alegando que a culpa pela depredação da Câmara não foi deles, e sim da própria Câmara, que, advertida da chegada dos militantes, não se preveniu contra o ataque.

Pela lógica do magistrado, se eu publicar aqui um aviso de que vou lhe fazer uma visita e ele não contratar de imediato um segurança para proteger sua cabeça oca, estarei no direito de rachá-la a pauladas com plenas garantias de que semelhante truculência não me será imputada judicialmente. A sorte de S. Excia. é que não há nada na sua caixa craniana que valha o esforço de quebrá-la.

quinta-feira, julho 20, 2006

O Simbolismo de 2 Primeiras Famílias!

O simbolismo da primeira família

Comentário da cientista política Lucia Hippolito na Rádio CBN em 25/12/2005


Entre 7 de setembro e 4 de novembro de 1940, a aviação alemã despejou várias toneladas de bombas sobre Londres, numa das mais violentas batalhas da Segunda Guerra Mundial. Durante o que ficou conhecido como a Batalha da Inglaterra, foram 57 noites de puro horror. A população da capital inglesa viveu esses dias inteiramente aterrorizada, dormindo em abrigos e voltando no dia seguinte, para encontrar, no lugar onde tinha sido sua casa, um monte de escombros. A destruição atingiu até mesmo uma ala do Palácio de Buckingham, residência da família real. O rei George VI foi vivamente aconselhado a deixar Londres com sua mulher e suas duas filhas, uma das quais é a atual rainha Elizabeth II. Se a família real se mudasse para o interior da Inglaterra, suas chances de sobreviver às bombas nazistas seriam infinitamente maiores. Nessa hora, ao contrário do que era aconselhado, a rainha ergueu-se como um monumento. Baixinha, gordinha, sem nenhuma importância até ali, a mulher de George VI transformou-se numa leoa, na solidariedade ao seu povo. Não só declarou que ninguém de sua família deixaria a cidade de Londres, como passou a visitar diariamente bairros bombardeados para mostrar que a família real continuava ali, ao lado de seu povo, mesmo na mais tenebrosa adversidade. Com isso, a rainha conquistou para sempre a admiração e o amor dos ingleses. Morreu em 2002, com 101 anos, cercada pela devoção do seu povo. Naqueles dias de 1940, a família real inglesa demonstrou absoluta lealdade à sua gente. A população de Londres não foi abandonada. Na mais dura prova até então vivida por uma grande cidade, os londrinos tiveram ao seu lado o seu rei, sua rainha e seu governo.

A primeira família, seja na realeza ou na República, é sempre simbólica. Ela é uma transmissora de valores, de adesão às marcas nacionais. Seus atos apontam caminhos, soluções e possibilidades. O exemplo que ela dá revela seu compromisso com o país e seu futuro.

Tudo isso me vem à lembrança quando leio nos jornais que no Brasil a esposa do presidente da República solicitou e conseguiu de um governo estrangeiro cidadania para ela, seus filhos e seus netos.

A mulher do presidente Lula, seus filhos e netos são hoje também cidadãos italianos.

O que será que isto quer dizer?

Como é que esta atitude será interpretada pela maioria dos brasileiros, que não querem fugir do país e que tentam, todo santo dia, fazer do Brasil um país melhor?

Como o Brasil espera inspirar confiança nos investidores estrangeiros, quando a família do presidente da República já conseguiu para si mesma uma rota de fuga do país?

Em tempo:

Vale recordar que Dona Marisa Letícia (assim mesmo, agora ela o usa os dois nomes, "para ficar mais formal") andou se justificando com asnina sinceridade: segundo ela, o pedido de cidadania italiana foi para "garantir aos filhos um futuro mais seguro".


Ela deve saber qual futuro seu marido está construindo...

segunda-feira, julho 10, 2006

Linguagem de programação anima festas britânicas

Um novo tipo de DJ está transformando programação em performance. Adeptos do "Livecoding" improvisam usando Perl, C++ ou arquiteturas de programação próprias para criar composições a partir do zero, substituindo instrumentos e samples pela autoria de código em tempo real diante de uma platéia.

Alex Maclean, um "livecoder" britânico e estudante de arte, afirma ter desistido de sua guitarra quando descobriu que poderia ser mais criativo usando linguagem de programação de computadores no lugar de cordas. Ele toca digitando código Perl em raves e boates, criando uma experiência musical e visual única.

As sessões com bateristas, MCs e outros "livecoders" podem ser comparadas à improvisação característica do free-jazz, afirma um artigo na Wired News.

Maclean escreveu seu próprio editor de texto, chamado Feedback.pl, que recompila seus programas continuamente através de um computador dedicado. Cada toque em uma tecla constrói uma melodia enquanto o cursor adiciona e substitui funções e variáveis de tempo. O processo de composição é projetado em telões.

Os "livecoders" formaram um grupo internacional chamado TOPLAP, que já conta com 200 membros. Para eles, as performances são um "desafio filosófico". Enquanto alguns preferem linguagens populares como Perl, outros preferem criar sua própria linguagem. Plataformas de código aberto como SuperCollider e Chuck, escrita no Laboratório de Sons da Universidade de Princeton, ganham o status de uma guitarra Fender entre os entusiastas do teclado.

No festival LiveCoda em Melbourne, na Austrália, uma multidão se reuniu em maio para ver times de graduandos em ciência da computação competir para debugar algoritmos de compressão de imagens em uma tela gigante, acompanhados por DJs.

Nos últimos meses o movimento tem ganhado cada vez mais adeptos ao redor do globo, especialmente entre os fãs de música eletrônica.

segunda-feira, julho 03, 2006

Dormindo profundamente

Texto de Olavo de Carvalho

Alguns leitores reclamam que descrevo o problema mas não indico solução. Sabem por que faço isso? É que as únicas soluções possíveis são tão difíceis e remotas que só de pensar nelas a visão do problema se torna ainda mais insuportável. Cada vez que volto ao assunto ecoa na minha memória o verso de Manuel Bandeira, o mais triste da literatura universal, que resume a história do Brasil nas últimas décadas: “A vida inteira que poderia ter sido e que não foi.”

Em 2002, numa reunião internacional (v. http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=4960), os estrategistas da revolução latino-americana já haviam chegado à conclusão de que nenhuma força de direita tinha condições de erguer-se para enfrentá-los. Desde então o poder da esquerda veio crescendo formidavelmente, especialmente no Brasil, e seus eventuais adversários não fizeram senão ceder terreno, acomodar seu discurso ao do inimigo, abdicar de toda identidade ideológica e gastar energias preciosas em alianças debilitantes, em campanhas de bom-mocismo sem teor ideológico e em esforços eleitorais perfeitamente fúteis.

É claro que antevejo soluções. Mas tenho a quase certeza de que ninguém vai colocá-las em prática. Todos os que poderiam fazê-lo estão demasiado fracos, demasiado sonsos para poder reagir. Oito, dez anos atrás andei sugerindo soluções. Falei a empresários, políticos, religiosos, intelectuais, militares. Em geral não consegui persuadi-los nem mesmo de que havia um problema – o mesmo problema sob cujo peso agora estão gemendo. Todos, sem exceção, avaliavam a situação baseados somente no que liam na mídia, prescindindo solenemente de qualquer conhecimento das fontes diretas, da bibliografia especializada ou mesmo dos clássicos do marxismo. E julgavam com uma segurança, com uma pose! Uns confiavam nos seus galões, outros no seu saldo bancário, outros nos seus diplominhas da USP como se fossem garantias de infalibilidade, incomparavelmente superiores a décadas de estudo e montanhas de documentos. Uns diziam que eu estava açoitando cavalos mortos, outros estavam tão despreocupados que tinham tempo para criticar detalhes de estilo que os incomodavam nos meus artigos, outros, ainda, davam-me conselhos jornalísticos, recomendando-me temas mais agradáveis para conquistar os coraçõezinhos das leitoras em vez de assustá-las com advertências apocalípticas. Assim o tempo passou. Acabei-me recolhendo à minha insignificância, e hoje me dedico à função que me resta: analisar o mais objetivamente possível a agonia do Brasil, para uso dos futuros historiadores. Larguei a prática da medicina de urgência para dedicar-me ao estudo das patologias terminais. É um assunto inesgotável e, para quem observa o moribundo de longe, interessantíssimo. Se eu estivesse no Brasil, morreria de depressão. À distância em que estou, a melancolia do declínio se torna quase uma experiência estética.

Vou lhes dar só um exemplo de como a esquerda está adiantada na conquista de seus objetivos e a direita, ou o que resta dela, ainda nem começou a se dar conta do estado de coisas.

No fim dos anos 70, o presidente Jimmy Carter, fiel às diretrizes do CFR, decretou que a melhor maneira de combater o avanço do comunismo na América Latina era apoiar a “esquerda moderada”. Quem conhece a figura sabe precisamente o que ele queria dizer com isso: tratava-se de fomentar o comunismo alegando combatê-lo. Os brasileiros estão (até hoje) tão por fora do que acontece nos EUA, que a simples hipótese de um presidente americano pró-comunista ainda lhes parece absurda e fantasiosa. Falta-lhes o conhecimento de pelo menos setenta anos de história. Ainda nem se tocaram de que o braço-direito de Franklin D. Roosevelt em Yalta era um espião soviético, de que na gestão Truman o Departamento de Estado foi entregue a um advogado chiquíssimo cujo escritório representava oficialmente o governo da URSS nos EUA, de que todas as acusações de espionagem nos altos círculos lançadas pelo senador Joe McCarthy acabaram sendo confirmadas (com uma única exceção) e de que, enfim, o lugar mais seguro para os comunistas, depois da redação do New York Times, é o governo americano. É horrível conversar com pessoas que, precisamente por não saber nada, acreditam saber tudo. Principalmente quando elas têm dinheiro bastante para pagar consultores que as conservam na ilusão.

Graças à ação conjugada da ignorância e dos consultores, até hoje o empresariado brasileiro acredita piamente na lenda esquerdista de que os americanos deram o golpe de 64 e não sabem que a verdade é precisamente o contrário, que o governo de Washington não ajudou em nada a criar o regime militar mas sim foi o principal responsável pela sua destruição. “Fortalecer a esquerda moderada” significava, desde logo, eliminar a direita, radical ou moderada, como alternativa válida ao esquerdismo. A morte da direita nacional foi decretada por Jimmy Carter, pelo CFR e pelas fundações Ford e Rockefeller (peço que consultem os meus artigos http://www.olavodecarvalho.org/semana/060611zh.html e http://www.olavodecarvalho.org/semana/060605dc.html para esclarecimentos de ordem teórica). O programa foi cumprido à risca, com sucesso total. Como a política de Washington para com a América Latina não mudou substancialmente desde então (exceto parcialmente e por breve tempo na gestão Reagan), e como a atuação das fundações bilionárias em prol da esquerda continental se intensificou enormemente nas últimas décadas, a direita brasileira não só perdeu qualquer apoio americano residual mas ainda nem sequer se deu conta do tamanho dos inimigos que a cercam e estrangulam hoje em dia.

A esquerda encobriu tão bem essas informações elementares, essenciais para a compreensão do que se passa no Brasil, que até agora elas são radicalmente ignoradas por quem mais precisaria delas. Refiro-me especialmente ao empresariado. Os militares, por sua vez, não desconhecem os fatos, mas, bem trabalhados por agentes de desinformação, interpretam tudo às avessas: enxergam os Carters e os Clintons como agentes do “imperialismo americano” (e não do globalismo anti-americano) e acabam sendo levados pela tentação de se aliar à esquerda para se vingar das humilhações sofridas pelas forças armadas nas últimas décadas. Os aplausos dos homens de farda à recem-constituída “Comissão de Defesa das Forças Armadas” – mais um ardil da esquerda inventado para integrar as nossas tropas na revolução chavista – mostra que o horizonte de consciência dos nossos militares, pelo menos os de comando, é tão estreito quanto o do empresariado.

Entre a esquerda e a direita, no Brasil, não há só uma monstruosa desproporção de forças: há um desnível de consciência imensurável. De um lado, informação abundante e integrada, intercâmbio constante, flexibilidade estratégica, conhecimento e domínio dos meios de ação. Do outro, fragmentos soltos mal compreendidos, amadorismo bem pago, opiniões arbitrárias e bobas voando para todo lado, desperdício das últimas energias em esperanças eleitorais insensatas e projetos “anti-corrupção” ideologicamente inócuos, facilmente absorvidos e instrumentalizados pela própria esquerda. Os esquerdistas absorveram profundamente o preceito de Sun-Tzu: conhecer o inimigo melhor do que ele conhece você. A esta altura, o general chinês, se consultado por algum direitista brasileiro interessado em “soluções”, responderia: “Não converso com defuntos.” Por que eu deveria ser menos realista que Sun-Tzu?

A direita não está somente esmagada politicamente sob as patas da esquerda. Está dominada psicologicamente por ela, ao ponto de repelir com ojeriza a simples hipótese de fazer algo de efetivo contra a adversária. Exemplo? Façam a lista de todas as ONGs, departamentos do governo, cátedras universitárias, empresas de produções artísticas e órgãos de mídia empenhados, há trinta anos, em investigar, divulgar e ampliar até dimensões extraplanetárias os crimes reais e imaginários da “direita”. A quantidade de dinheiro e mão-de-obra envolvida nisso é incalculável. Agora experimentem ir falar com algum empresário soi disant liberal ou conservador, e sugiram ao desgraçado fundar uma ONG, mesmo pequenininha, para informar o público sobre torturas e assassinatos de prisioneiros políticos em Cuba, sobre os feitos macabros das Farc e do MIR, sobre as conexões entre esquerdismo e narcotráfico. A resposta é infalível: ou o sujeito rotula você de extremista, de louco, de fanático, ou desconversa dizendo que não se deve tocar em assuntos indigestos, que é mais bonito circunscrever-nos a assuntos inofensivos de economia e administração. Se um dos lados tem o monopólio do direito de fazer a caveira do outro, e o outro ainda reconhece esse monopólio como legítimo e inquestionável, a briga já está decidida. A própria direita concede à esquerda o direito de matar, torturar, ludibriar, e ainda posar de detentora exclusiva das mais altas qualidades morais. Depois disso, que alternativa resta aos partidos direitistas, senão tornar-se subseções dos de esquerda? Vejam o PFL. Esse partido, que um dia chegou a ter alguma perspectiva de futuro, se autodestruiu mediante sucessivas alianças com a “esquerda moderada” tucana. Em vez de afirmar sua independência, de reforçar sua ideologia, de criar e expandir a militância, preferiu dissolver-se em troca de carguinhos que só lhe davam o poder de fazer o que o sócio mandasse. A experiência de mais de uma década não lhe ensinou nada. Continua ingerindo doses cada vez maiores do remédio suicida.

Querem soluções? Elas existem, mas os homens influentes deste país, tão logo acabem de ler a lista, já vão querer atenuá-las, adaptá-las ao nível de covardia e preguiça requerido para ser direitistas “do bem” ou então diluí-las em objeções sem fim até que se transformem nos seus contrários, mui dialeticamente.

Se querem saber, essas soluções são as seguintes:

1. Aceitar a luta ideológica com toda a extensão das suas conseqüências. Não fazer campanhas genéricas “contra a corrupção”, salvando a cara do comunismo, mas mostrar que a corrupção vem diretamente da estratégia comunista continental voltada à demolição das instituições.

2. Criar uma rede de entidades para divulgar os crimes do comunismo e mostrar ao público o total comprometimento da esquerda atual com aqueles que os praticaram. A simples comparação quantitiva fará o general Pinochet parecer Madre Teresa.

3. Criar uma rede de ONGs tipo media watch para denunciar e criminalizar a desinformação esquerdista na mídia nacional, a supressão proposital de notícias, a propaganda camuflada em jornalismo.

4. Desmantelar o monopólio esquerdista do movimento editorial, colocando à disposição do público milhares de livros anticomunistas e conservadores que lhe têm sido sonegados há quatro décadas.

5. Formar uma geração de intelectuais liberais e conservadores habilitados a desmascarar impiedosamente os trapaceiros e usurpadores esquerdistas que dominaram a educação superior e os órgãos de cultura em geral.

6. Formar e adestrar militância para manifestações de rua.

7. Durante pelo menos dez anos enfatizar antes o fortalecimento interno do movimento do que a conquista de cargos eleitorais.

8. Criar um vasto sistema de informações sobre a estratégia continental esquerdista e suas conexões com os centros do poder globalista, de modo a esclarecer o empresariado, os intelectuais e as Forças Armadas.

Essas são as soluções. Tudo o mais é desconversa. Ou os brasileiros fazem o que tem de ser feito, ou, por favor, que parem de choradeira. Que aprendam a morrer com decência. Se o Brasil cessar de existir, ninguém no mundo vai sentir falta dele. E se todos os brasileiros não inscritos no PT, no PSOL, na CUT e similares entrarem na próxima lista de falecidos do Livro Negro do Comunismo, talvez só eu mesmo ache isso um pouco ruim. Em todo caso, o fim do Brasil não vai abalar as estruturas do cosmos. Os esforços da direita nacional para a conquista da perfeita inocuidade estão perto de alcançar o sucesso definitivo. Quem em vida se esforçou para não fazer diferença, não há de fazer muita depois de morto.

Se escrevo essas coisas no jornal da Associação Comercial, faço-o com dupla razão, porque vejo o esforço dessa entidade para fazer alguma coisa com bravura num país onde todo mundo está procurando um lugarzinho para se esconder em baixo da cama e até a mulher do presidente já tratou de se garantir com um passaporte italiano. Assisto aos vídeos daqueles combatentes reunidos no seminário “Liberdade, Democracia e o Império das Leis”, e me pergunto: Cadê o resto do país? Cadê os donos da mídia, que lambem os sapatos dos comunistas aos quais entregaram suas redações? Cadê os banqueiros, que têm um orgasmo a cada novo aumento dos impostos e sabem que lucram com a destruição da liberdade, da segurança, das leis? Imaginam por acaso que trogloditas capazes de depredar o Congresso vão, miraculosamente, respeitar amanhã as sedes dos bancos privados? Cadê os homens da indústria, que estão de quatro, sem fôlego, e ainda insistem em bajular seus algozes? Cadê a Igreja Católica – ou a entidade que ainda leva esse nome --, autotransfigurada em órgão auxiliar do Foro de São Paulo? Cadê a tal “classe dominante”, cuja única ocupação nas últimas décadas é deixar-se dominar? Cadê os militares, cujo mais alto sonho de glória parece ser a aposentadoria sob as asas do Estado previdenciário socialista? Pergunto isso ao vento, e a resposta vem em outro verso de Manuel Bandeira:

“Estão todos dormindo, dormindo profundamente.”

E agora, pátria do futebol?

E agora, pátria do futebol? Do carnaval, da corrupção...

Tenho testemunhas do que disse a algum tempo: torço para a seleção brasileira, mas seria bom que perdêssemos. Calma, sou brasileiro e nacionalista ao extremo. Sou como aquela mulher apaixonada: não admito que falem mal de meu marido, mas eu posso falar, pois eu o amo e quero o melhor para ele...

Na semana antes do inicio da copa, estava lá, sentado sobre o asfalto a desenhar sobre a rua, algumas coisas para alegrar as pessoas e poder, se fosse possível, comemorar o hexacampeonato, mas percebi uma coisa: a garotada que estava alí, junto a mim a ajudar a pintar o chão negro, via naquilo, na seleção, as esperanças de suas vidas. Sim, é verdade: a esperança de suas vidas! Fiz algumas perguntas e alguns deles mal sabia quem era nosso presidente, quanto é três vezes nove, quem era Machado de Assis ou Monteiro Lobato, se sabiam quem era o nosso militar que foi à lua, enfim, quem era o Brasil... E eles não sabia,m mas sabem quem são os Ronaldos, o Robinho, o Roberto Carlos, o Dida, o que era o Corinthians, o São Paulo, Santos e a fraca Portuguesa...

Fiquei decepcionado, pois isso mostra em que mãos estamos nós, os futuros velhos desse pais: nas mãos de quem? De frustrados pretensos jogadores de futebol quê, sem o futebol, não têm perspectivas nenhuma de vida e podem cair nos caminhos tortuosos das facilidades oferecidas pelo crime! Duvidam? Eu não, pois ví e vejo isso claramente em nossas ruas: jovens a zanzar por ruas e praças sem eira e nem beira à procura de um futuro. Minto, de algo que possa fazer com que possa sobreviver hoje, pois o amanhã, nem sabem se ainda estarão por aqui, pois o crime lhes rondam e fazem companhia diuturnamente.

Ouvi que um dos jogadores da França disse que o Brasil sabe jogar futebol porque os brasileiros não estudam, só jogam futebol. Isso é a verdade? Parece que sim.
Infelizmente.

Vi esses dias um edital de concurso para professores para a cidade de Porto Velho (RO) e vi que os salários eram de pouco mais de R$ 300,00... E nossos jogadores devem ganhar milhões de reais, por semana, ou até em menos tempo... Vocês sabem quanto ganha um soldado do exército, um funcionário público compulsório? Menos de R$ 300,00... Um médico do SUS? Um dentista? Um coronel, um advogado, um fisioterapeuta? Acho que devem saber como é difícil e caro fazer seus filhos estudarem e terem uma dessas profissões

Mas sabem quanto ganha um político e de como podem gastar tanto para lá estarem e depois receberem o que acham pouco? Acho que não, não é mesmo? E ganha o Galvão Bueno que faz as suas médias e passou a vida ganhando sobre o tema futebol? E mais os outros, que se empuleram nos microfones de nossas televisões e rádios a transmitirem besteiras que desvirtuam nosso povo? E nossos próprios jogadores que, não tirando os méritos deles, só estão onde estão, porque deram sorte na vida pois muito deles saíram de favelas e de vidas quase que perdidas, pois não tiveram outro caminho de vida a não ser o futebol e graças a Deus, deram certo, pois muitos outros, milhares de milhões, caíram pelo caminho... Caíra, caem e cairão, pois estão soltos à própria sorte, pois nada lhes dão as oportunidades da vida. Nada e ninguém. Nada, ninguém e nem o governo. Nada, ninguém, nem o governo e nem um plano estrutural para o desenvolvimento sócio, cultural, intelectual e profissional dos brasileiros.

Os que deram sorte, foi às custas de suas próprias sorte.

Sorte e perseverança, mas nada os fez colaborar em seus caminhos, pois o governo é corrupto, larápio e depois, quando os vencedores aparecem, viram exemplos de cidadania, mas o governo não lhe deu, em nenhum momento, modelos de cidadania a seguirem...

Doutores de diversas áreas mal tem recursos para desenvolverem suas pesquisas e de transmitirem seus conhecimentos, de serem professores a seus concidadãos; bandidos com mais destaques na mídia do que o nosso astronauta; professores ganhando menos do um mero vendedor de cd´s piratas na Santa Ifigênia; cabeças se perdendo para o exterior, pois lá podem ganham o sustento de suas famílias; bolsa salário, bolsa família, bolsa gás de cozinha, cotas para negros e índios... Que país de contrastes é esse, onde tem áreas que nem energia elétrica tem e em outras, vislumbram altas tecnologias. País onde muitos são desdentados enquanto outros vivem de camarão e champanhe...

Não, não precisamos de uma revolução, mas revolucionar o que precisamos e queremos menos distancias entre nossas distancias!

Queremos uma revolução moral, social, digna, clara, límpida e honesta, mas só feita por homens assim, que não tenham a honestidade como currículo, mas sim, encravada em suas peles, em sua essência, já nascida juntamente com o seu sangue, pois honestidade, moral e honra, não se mede, ou tem ou não se tem. Isso não é coisa de constar em seus predicados, mas em sua essência.

Precisamos de homens no poder que possam reconhecer o poder: o povo! O povo que tem o poder de fazer nossa pátria não só o pais do futebol, da maior parada gay do mundo, do carnaval, do esculacho na política, dos desleixos em nossas instituições e recursos, nos desprezo por nossos brasileiros menos favorecidos em educação, saúde, assistência social e seguridade social. Vejam nossos aposentados, que sofrem nas filas por um atendimento ou melhoria em seus benefícios ou correções dos mesmos

Vamos mudar isso, Brasis! Vamos mudar e ser um único Brasil!

Não devemos viver de bola, bundas rebolando, escárnios políticos, desavenças entre os poderes da república...

Vamos ser um país para os brasileiros e tomar conta de nossa terra, de nossos recursos, de nossas riquezas, de nossa gente, e ter sim, o futebol, o carnaval, os nossos sonhos e alegrias, mas antes, crescer, ser grande para eles todos.

Na Argentina, país com menos de oitenta milhões e menos terras bonitas que a nossa, recebe mais de 40% de turistas do que o Brasil. Lá, nos chamam de “macaquitos”... Temos menos dinheiro do que muitos país, só crescemos mais do que o Haiti em toda a América Latina e ainda assim, perdoamos dividas de muitos países que nos devem e muitos outros, vivem a nos enforcar com as cobranças de nossas dívidas.

Como pode um devedor perdoar dividas?

Devemos explorar nossas potencialidades energéticas, agrícolas e tecnológicas e dar empregos anossos jovens.

Brasis! Cresçam, unam-se e vamos lutar contra os brasis que nos fazem engolir e sermos o nosso Brasil que tão sofridamente almejamos, senão, a cada instante surgirão novos brasis e cada vez mais perdemos o nosso Brasil com essas diferenças e só apostando no futebol, no samba, nas festas e desprezando o conhecimento, a educação, as nossas instituições e deixando para nossos filhos e netos um caldeirão em ebulição e não um caminho seguro e certo a ser seguido.

Acorda, Brasil!

E agora, com nossa derrota na copa do mundo, o que vai se nosso país, o pais do futebol? Vocês devem sabe o que acho disso.

Teve um jogador da França que disse que o brasileiro sabe jogar futebol porque não vai à escola... Saibam, sou brasileiro, nacionalista, mas essa derrota deveria ser o marco para mudanças.

Nada de sermos o país do futebol, o país da maior festa gay do mundo, o país do samba, o país do carnaval, do sexo, da ladroagem e do jeitinho...

Só queria um Brasil p/ nós todos. Foi ruim, mas espero que seja bom...

terça-feira, maio 30, 2006

O trambique desce redondo



Suspeito de que pouca gente tenha prestado atenção ao retrato acabado do brasileiro que está no ar nos comerciais, embutido em anúncio da cerveja Skol. Para quem não viu ou não prestou atenção, um resumo: um torcedor brasileiro vê a Argentina jogar contra o Brasil e, latinha de cerveja na mão, diz que, com a Skol, tudo desce redondo, inclusive o jogo. A partir daí, as traves ficam redondas e móveis. Sempre que a Argentina está para marcar um gol, elas saem da posição egulamentar, e o gol é perdido. É a sacramentação pública do trambique, da falta de respeito às regras, regrinhas simples, básicas. Quando se festeja a quebra de uma regra, fica implícito que todas podem ser quebradas -e usualmente o são no Brasil. É a apologia do crime, pequeno crime, mas crime, como os brasileiros praticamos diariamente ao invadir a faixa do pedestre, ao ultrapassar pela direita, ao estacionar em fila dupla, ao subornar o guarda para evitar a multa. Fico na lista de pequenos crimes para não aporrinhar o leitor com os grandes crimes que ele lê todo santo dia, não só nas páginas policiais mas também (ou principalmente) nas páginas políticas. Note o leitor que estamos falando de futebol, uma das raríssimas atividades em que o brasileiro é universalmente competitivo. Não precisa de traves móveis para ganhar da Argentina ou de quem quer que seja. Mas o espírito do malandro cretino é esse mesmo: melhor sem esforço, com ajuda da maracutaia, do que empenhar-se para fazer valer o talento natural. Note também que estamos falando de publicidade, outro ramo em que o brasileiro é com folga dos melhores do mundo. Se os melhores louvam o trambique, os medianos e os piores farão o quê? Aderir ao PCC, lógico.