quarta-feira, outubro 26, 2005

Controle remoto comanda seres humanos

A Nippon Telegraph & Telephone (NTT), empresa líder de telefonia no Japão, mostrou um controle remoto capaz de comandar seres humanos. A companhia diz estar criando uma nova tecnologia para tornar videogames mais realistas, mas algumas aplicações mais perigosas poderiam se tornar realidade.


Japão, 26/10/2005 - Usando um fone, a repórter da AP Yuri Kageyama vira para a esquerda enquanto é controlada remotamente pela tecnologia desenvolvida pela Nippon. A tecnologia, na verdade, mexe com os delicados nervos que controlam o equilíbrio dos seres humanos, fazendo com que se movam para a direção indicada mesmo contra a sua vontade.


A repórter da AP obedece ao comando do controle remoto, ainda que deseje mover-se para outra direção

O nome da tecnologia é "estimulação galvânica vestibular" e consiste em colocar um capacete que envia uma corrente elétrica de voltagem muito baixa para a parte de trás das orelhas. A corrente elétrica estimula os nervos delicados dentro da orelha que são responsáveis pelo equilíbrio.

Quando o joystick do controle é colocado para a esquerda, um estímulo elétrico é enviado para o capacete, fazendo com que o senso de equilíbrio seja deslocado. Isto faz com que a pessoa ache que precisa dar um passo à esquerda para não cair. A tecnologia foi testada em uma repórter da Associated Press.

Pesquisadores da NTT foram capazes de fazer pessoas se locomoverem em trajetos razoavelmente complicados. As pessoas que foram controladas pelo aparelho disseram que a experiência é extremamente exaustiva e, embora algumas tenham gostado da experiência, outras sentiram-se desconfortáveis.


Taro Maeda, pesquisador-sênior no centro de pesquisas da Nippon Telegraph and Telephone Corp. em Atsugi, perto de Tóquio, explica a tecnologia usada no controle remoto para humanos. A tecnologia, chamada de estimulação vestibular galvânica, usa eletricidade para estimular os delicados nervos dentro do ouvido que ajudam os humanos a manter o equilíbrio.

Ainda não há provas específicas de porque a corrente elétrica, quando aplicada ao ouvido, faz com que as pessoas caminhem. A NTT diz que a tecnologia pode ser usada em videogames e parques de diversão, mas ainda não tem planos de comercializar o produto.

James Collins, professor de engenharia biomédica na Universidade de Boston, diz que o nível baixíssimo de eletricidade não deve causar dano nenhum à saúde dos usuários.

Se utilizada em uma guerra, tal tecnologia poderia servir para fazer o soldado advesário ficar tonto, ou perder o equilíbrio. A Invocon Inc., uma empresa norte-americana com sede no Texas, já está explorando o tema.

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