Mais que uma indústria bilionária, que já ultrapassou em vendas as bilheterias do cinema de Hollywood, os jogos eletrônicos se tornaram a principal porta de entrada para a realidade virtual. Jogos como "Fables" (Fábulas), retratados no programa, extrapolam a noção de entretenimento preguiçoso e exigem dos participantes não só habilidade técnica, mas moral e psicológica.
Uma nova realidade também começa a ser desenhada quando jogadores do mundo todo se enfrentam nas chamadas olimpíadas de games, diante de um público digno de final de Copa do Mundo. Na Coréia do Sul, os atletas de games são disputados por patrocinadores e seus contratos milionários e distribuem autógrafos como astros do esporte ou da música pop.
Mas não é apenas nisso que "A Vida em Videogame" está interessado. Mais da metade do documentário dedica-se aos possíveis efeitos negativos dos jogos eletrônicos, em especial, no papel que teve o RPG on-line "EverQuest" no suicídio do americano Shawn Woolley, que se matou três anos atrás, aos 21, diante da tela do computador. A mãe do rapaz acusa os criadores do jogo de terem induzido seu filho ao "vício" -na Coréia do Sul, cenas impressionantes mostram uma mulher resgatando, a tapas, em uma lan-house, o marido que havia dias não voltava para casa.
Em contraste ao tom sensacionalista que o programa vai tomando, um psicólogo pondera: os videogames, como a televisão, representam uma fuga da realidade. A pergunta a ser feita é por que, cada vez mais, as pessoas não estão querendo enfrentar a realidade.
A VIDA EM VIDEOGAME. Quando: quinta-feira, às 21h30, no GNT.
original: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2202200514.htm
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