quarta-feira, dezembro 20, 2006

O espírito do Natal (a caixinha ou o voto)

A caixinha tem um sub-texto. Eles são pobres, são explorados. Você é um privilegiado, estudou e o cacete, agora tem que contribuir. Ok, mas então o pobre tem que me devolver o voto. Explico. Eu acho que ele continua pobre porque o País é comandado por uma besta como o Lula, que não aproveita a maravilhosa oportunidade conferida por um mundo em boom econômico para fazer as coisas que vão tirar o maior número possível de pessoas da pobreza no menor tempo possível. E este mesmo sujeito que vem me extorquir caixinha vota no Lula, que optou por transferir minha renda diretamente para o bolso dele (mesmo sujeito), via aumento do salário mínimo, do Bolsa-Família, desoneração da cesta básica, enquanto eu classe média (que confissão de mau-gosto) tenho que pagar cada vez mais impostos e pagar cada vez mais caro por serviços. A opção rejeitada pelo Lula e pelo pedinte de caixinha é a de usar o imposto arrecadado da minha renda para fazer o país crescer mais rápido.

Ora, então o cara vota no Lula, que manda eu dar meu dinheiro para ele, de uma forma que não vai fazer ele enriquecer por si próprio, e ainda vem me pedir caixinha no final do ano? Vai pra pqp, antes que eu me esqueça.

Das duas uma:
  1. ou eu dou caixinha mas decido como o dinheiro dos meus impostos vai ser usado (e para isto ele tem que me devolver o voto para eu votar contra o Lula), e aí eu vou optar por transferir a grana para ele mesmo, pobre, de um jeito diferente, que vai fazer com que ele deixe de ser pobre aos poucos (educação, infra-estrututra, programas sociais inteligentes);

  2. ou então eu financio compulsoriamente o aumento do salário mínimo, do Bolsa-Família, o inchamento do Estado até quase a grande explosão de merda - isto é, ele e o Lula decidem como vão usar o pedaço da minha renda que eles já estão tascando -, mas não me venham pedir caixinha (e podem ficar com os seus votos e não me encham o saco). Tenho dito!