sexta-feira, novembro 24, 2006

Break Dance - Red Bull BC One




Uma das maiores batalhas entre dançarinos de rua, a Red Bull BC One agita o Memorial da América Latina no fim de semana

Alex José Gomes Eduardo, mais conhecido por Pelezinho, nasceu há 24 anos na cidade de São José do Rio Preto, interior de São Paulo. Sempre gostou de jogar futebol, estudou até a 8ª série e trabalhou como office-boy. As performances acrobáticas que realiza há cerca de 11 anos como b-boy (dançarino de break, na denominação em inglês) renderam-lhe o 4º lugar no ano passado em uma das maiores batalhas entre dançarinos de rua do mundo, o Red Bull BC One, que chega ao Brasil pela primeira vez amanhã, no Memorial da América Latina.

Jorge André de Lima Gonçalves Curado, o Muxibinha, de 17 anos, assistiu à atuação de Pelezinho em alguns vídeos. 'Eu cresci o olho também', diz, na gíria, o brasiliense que dança desde os 9 anos. 'E pensei comigo mesmo: eu também posso', completa. Pelo fato de a 3ª edição do evento ocorrer no País pela primeira vez, Muxibinha deduziu que haveria uma vaga a mais para um brasileiro. Dito e feito. Após participar de duas etapas eliminatórias - uma regional em Brasília e outra nacional em São Paulo -, ele foi o 'outro' brasileiro selecionado para representar o Brasil e brigar pelo prêmio de US$ 6 mil com outros 15 dançarinos considerados os melhores de todos os cantos do mundo.

Vindo de Taguatinga, cidade satélite do Distrito Federal, Muxibinha vem dividindo o seu tempo entre os estudos do 2º ano do Ensino Médio e um treinamento intensivo de saltos, giros pelo ar e no chão, 'com a consciência de que vou disputar com os melhores do mundo.'

Muita pressão por serem brasileiros e disputarem no País? 'Eu estou mais tranqüilo, pois já é a segunda vez que estou participando da batalha, já imagino como vai ser', diz Pelezinho. 'Eu digo para o Muxibinha que ele não precisa mostrar nada para ninguém, todos sabem que daremos o melhor.' Muxibinha, bem menos expansivo que seu companheiro de 'luta', mostra-se um pouco mais apreensivo com essa nova vida cheia de holofotes, saída das ruas do Planalto Central para o palco que será televisionado no mundo inteiro.

Uma arena com capacidade para 1.200 pessoas foi especialmente montada na frente da biblioteca do Memorial da América Latina. Mais especificamente, ela está localizada em cima da Mão, escultura de Oscar Niemeyer, cuja palma possui o mapa da América Latina desenhado em vermelho. De cada lado da Mão, sairão dois combatentes por vez, que apresentarão suas performances ao ritmo do som comandado pelo DJ de breakdance Woodo.

Devido ao número reduzido de lugares, restrito pelo Departamento de Controle do Uso de Imóveis (Contru), e com ingressos esgotados nos dois primeiros dias de venda, o local pensado pela organização para sediar o evento não foi por acaso: nas duas enormes paredes brancas da biblioteca do Memorial serão projetadas, ao vivo, as imagens da batalha entre b-boys gratuitamente. É torcer para o fim de semana continuar lindo.

No formato 'morte súbita', cuja disputa quem perder estará fora do campeonato, os 16 b-boys vindos do Peru, Rússia, Estados Unidos, Coréia do Sul, África do Sul, Japão, Alemanha, Filipinas, México, Venezuela, Brasil e França vão se enfrentar aos pares. Os quatro primeiros vencedores da edição passada, ocorrida na Suíça, foram automaticamente classificados para esta edição: o francês Lilou, que ficou em 1º lugar; o sul-coreano Hong 10, que alcançou o 2º; o americano Ronnie, em 3º; e o brasileiro Pelezinho, em 4º. Todos eles têm uma característica em comum: são baixinhos. Pelezinho e Muxibinha, por exemplo, têm 1,62 m cada um.

A batalha, que apresenta um dos quatro elementos do hip-hop (os outros três são o MC, o DJ e o grafite), também terá o charme das mulheres numa disputa entre b-girls brasileiras e espanholas, além de uma exposição de grafite.

(SERVIÇO)Red Bull BC One. Memorial da América Latina. Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda, tel. 3823-4600. Amanhã, 19 horas. Ingressos esgotados

quinta-feira, novembro 23, 2006

quinta-feira, novembro 16, 2006

Combat T-98 - Mais forte que um Hummer

Fabricado pelos russos, o Combat T-98 segue a receita do utilitário americano e acrescenta uma poderosa blindagem



O que acontece quando os russos resolvem construir seu próprio Hummer, o jipe americano que ganhou fama desde a primeira guerra no Iraque, em 1990? E quando resolvem lhe acrescentar blindagem antiterrorismo? Se você acredita que ver um Hummer crescendo no retrovisor é uma das imagens mais assustadoras que se pode ter no trânsito, prepare-se para conhecer o Combat T-98.

A empresa Combat Armouring Group, fundada em 1985 com sede em São Petersburgo, Rússia, tem como histórico a produção de veículos blindados para o exército, bancos e companhias de segurança. Até 1990 só produziu protótipos baseados em antiquados carros da Lada e da Luaz. Nesse ano entrou em produção o Pilot, um veículo de dois lugares com motor Audi e tração integral. Em 1993 a empresa passou a se especializar na fabricação e adaptação de veículos blindados e, cinco anos depois, começou a produzir por encomenda o Kanonir 4x4, um pequeno utilitário. Além disso, passou a blindar veículos da russa UAZ.


Foi também em 1998 que o projeto do Combat T-98 foi idealizado. Segundo a empresa, o objetivo era produzir "o melhor veículo blindado não-militar do mundo". Inicialmente usava veículos comuns e adicionava placas de blindagem e vidros à prova de balas. Com resultados aquém do esperado, a empresa percebeu que os veículos modificados não protegiam completamente seus passageiros. Assim, os projetistas construíram o primeiro protótipo em 2000. Três anos mais tarde a Combat passou a atender clientes que consideravam o Hummer vulnerável demais para suas necessidades.



O T-98 é construído artesanalmente e está disponível em diversas configurações. Pode-se escolher entre picape cabine-dupla e utilitário do tipo perua, com opção de entreeixos alongado em ambos. Além disso, é possível optar entre dois motores General Motors: o Vortec V8 a gasolina de 8,1 litros, com potência de 400 cv e torque de 63 m.kgf, e o Duramax turbodiesel de 6,6 litros, 300 cv e 72 m.kgf. Todas as versões têm câmbio automático de cinco marchas e suspensões da GM.

Mas o que realmente interessa no Combat T-98 é sua blindagem. Disponível do nível B2 ao B7, atende às rigorosas necessidades de clientes especiais, como chefes de estados, sultões do petróleo e presidentes de grandes corporações. Na configuração básica, com blindagem B2 resistente a disparos de pistola Magnum 357, é equipado com bolsas infláveis, freios antitravamento (ABS), ar-condicionado, controlador de velocidade, computador de bordo, bancos aquecidos com ajustes elétricos, revestimento em couro e apliques de madeira nobre. Como opcionais, faróis de xenônio (baixos e altos) e sistema de entretenimento. É possível optar pelo acabamento Presidential, que como a denominação indica é voltado a chefes de estado.



O segundo nível suporta balas de calibre 7.62 e o terceiro pode enfrentar terroristas com rifles AK-47. Por fim, o nível B7 antitanque inclui placas de cerâmica entre as camadas de aço de blindagem. Para os níveis mais altos de proteção, o piso é projetado para suportar explosões de minas terrestres e granadas.



O T-98 tem pneus que podem rodar vazios, pára-choques dimensionados para agüentar grandes impactos (para saída forçada de alguma emboscada) e janelas com até 50 mm de espessura! Pode pesar mais de cinco toneladas, mede mais de cinco metros de comprimento e dois de largura e atinge 180 km/h. As rodas podem ser de 17 até 20 pol, com pneus entre 315/70-17 e 325/60-20.



Segundo a empresa, não seria possível adaptar um Hummer para suportar tanta blindagem. Além disso, o Combat é o veículo blindado 4x4 mais rápido do mundo.



Ultra AP - Evolução do Hummer:
http://webscraps.blogspot.com/2005/10/ultra-ap-armored-patrol.html

Onde se ganha o pão se come a carne?


Uma pessoa afirmou esses dias:
Onde se ganha o pão não se come nao a carne.

segunda-feira, novembro 13, 2006

Esmola: indústria que move milhões


São cerca de R$ 2,1 milhões a cada mês

De nota em nota, moeda em moeda, as crianças e adolescentes dos faróis de São Paulo movimentam uma indústria lucrativa: cerca de R$ 2,1 milhões ao mês. Em um ano, a estimativa é de que esse mercado gire em torno de R$ 25 milhões, somando também as roupas, brinquedos, mantimentos e alimentação que também ganham dos motoristas.

Com tanto dinheiro em jogo, muitos pais são os próprios aliciadores, já que a renda média dos filhos nos semáforos é de R$ 900 ao mês fora as outras doações que levam para casa. 'Muitas são vítimas de maus-tratos se não conseguem um bom dinheiro', afirma Adriana Palheta Cardoso, coordenadora de Proteção Especial à Criança e Adolescente da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social.

Além disso, existe a questão cultural, com os pais considerando normal esse tipo de trabalho para suas crianças. 'Eles dizem que, na idade delas, já trabalhavam. E nós respondemos que, se tivessem tido oportunidades, provavelmente não estariam nessa situação hoje.'

O que preocupa a secretaria é que a arrecadação delas chega a duplicar no final do ano, o que incentiva ainda mais a exploração por parte dos adultos.

Na próxima semana, 50 novos agentes de proteção começam a trabalhar nas ruas com essas crianças e suas famílias, para intensificar a campanha chamada Dê mais que esmola. Dê futuro.

Na avaliação de Adriana, com a Cidade enfeitada e o apelo das festas natalinas, as pessoas ficam mais solidárias e sensíveis. As crianças comovem, principalmente, se estão nas ruas debaixo de sol quente ou tarde da noite, fazendo malabares e correndo entre os carros vendendo balas a R$ 1.

A arte de seduzir

Esses pequenos trabalhadores logo aprendem a seduzir para se virar no mercado competitivo dos semáforos das áreas nobres e centro expandido. 'A gente faz uma carinha triste, estende a mão e fala, tia, dá uma moedinha', ensina Fabiano, 11 anos, que faz malabares.

Junto a três irmãos e a mãe, conseguiu dinheiro suficiente para construir a casa simples, mas própria, da família em quatro meses.

Também levou uma bronca da mãe na noite de quinta-feira, pouco depois de quase ser atropelado ao tentar apanhar a sua bolinha de malabares embaixo de um carro. 'Ô moleque, você já perdeu outra bolinha. Toma mais cuidado com elas', reclamou a mãe.

O desafio da secretaria é conscientizar a população para não doar dinheiro ou comprar produtos das crianças nos faróis.

'Entendemos a solidariedade das pessoas, mas façam doações para entidades que confiem, não ajudem a manter esse círculo vicioso das crianças nas ruas', explica a coordenadora.

Segundo a Prefeitura, se as doações não acontecerem, as famílias terão que aceitar os programas de transferência de renda e tirar as crianças dos faróis, mantendo-as nas escolas e em programas socioeducativos, sob pena de perder o benefício. Atualmente, a concorrência é injusta. A bolsa do PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) é de R$ 40 por mês por criança que pare de trabalhar.

'Como vamos concorrer com crianças que ganham isso ou mais por dia', lamentou Cássio Giorgetti, coordenador dos agentes de proteção da Central de Atendimento Permanente da secretaria.

Mas motivos não faltam para não dar dinheiro às crianças e optar por alguma outra forma de auxílio aos menores carentes.

'Elas ficam expostas a todo tipo de vulnerabilidade. Além disso, são vítimas de assédio moral e sexual, têm rendimento precário na escola e acabam entrando em contato com o mundo das drogas e a criminalidade muito facilmente.'

EM NÚMEROS
2 mil é o número de crianças dos faróis

1.983 já foram tiradas do trabalho infantil entre dezembro/04 a agosto/06

R$ 30 é a média que recebem por dia nos cerca de 180 cruzamentos da Cidade

MARICI CAPITELLI
marici.capitelli@grupoestado.com.br

segunda-feira, novembro 06, 2006

O que são os militares

Você quase não os vê porque são poucos, para um Brasil tão grande, mas eles existem. Aliás, insistem em fazê-lo. Aceitam morar na Amazônia e em outros lugares inóspitos e insalubres

- insistem em continuar cumprindo com suas atribuições constitucionais, apesar de anos a fio de orçamentos gradativamente depauperados;

- fazem questão de constituir famílias (são ousados) e de tentar sustentá-las com os minguados salários;

- substituem as forças de segurança em greve, cujos integrantes recebem vencimentos superiores aos seus (e ainda se julgam com direito de majorá-los), só porque acreditam ser essa sua missão diante da Nação que lhes paga mal e alimenta parcialmente;

- constantemente têm atirados ao rosto questionamentos a respeito de sua utilidade e procuram justificá-la perante os ignorantes, revanchistas e derrotados no campo da luta ideológica e que se vingam lançando sobre eles acusações difusas nas quais espelham, em realidade, o medo que a sociedade os chame de volta, como sempre o fizeram no passado histórico

Aliás, a Nação tem o estranho hábito de recorrer a eles nos momentos de perigo

Porque agem assim? Porque acreditam em valores e têm princípios

Além disso, a hierarquia lhes impõe a disciplina e o silêncio

Perigo haverá quando deixarem de acreditar nos valores, perderem os princípios (como muitos segmentos da sociedade já o fizeram), a hierarquia for quebrada, a disciplina não mais justificar o silêncio e não puderem cumprir a missão que a Nação lhes atribui, por terem exaurido suas forças

Agora, a elite conjuntural governante parece ter um grande problema
Como conceder a esses estóicos anônimos, que não têm o direito de greve ou de reivindicação por meio de outros movimentos paredistas a correção do desgaste nos vencimentos?

Afinal, por desejo das elites libertárias ou libertinas que se apossaram do poder, eles já deveriam ter desaparecido , mas insistem em ter os maiores índices de aprovação popular nas pesquisas comparativas em relação a outros segmentos da chamada sociedade organizada.

Alegam, os usuários do poder, falta de recursos, comprometimento do superávit primário, dificuldades com a previdência etc, toda uma ladainha que já beira as raias do ridículo, que a sociedade já reconhece como esfarrapadas, enquanto promovem desmandos e beneficiam bandidos e terroristas da própria quadrilha deles com polpudas indenizações vitalícias.

Na realidade, é preciso tirar-lhes os brios e os méritos, humilhá-los ainda mais, quebrar-lhes o ânimo.

Quem sabe, assim, desistam de existir?

Mas parece que eles têm uma infinidade de vidas. São piores que a fábula das sete vidas dos gatos.

Quando morrem, apenas se reagrupam na eternidade.

Eles acreditam na Justiça e no ciclo da História. Talvez tenham aprendido a lição e não deixem que ela se repita. Um de seus antigos chefes já advertiu para a cólera das legiões.

Eles são os militares!

Apenas querem cumprir sua missão. Os políticos ainda não perceberam que o risco é infinitamente menor quando eles estão equipados com as melhores armas e idéias que a Nação puder lhes dar, conforme, sabiamente, profetizou o General Douglas MacArthur.

São preparados para sobreviver na adversidade. Alimentam-se da fé em suas crenças. Não pedem muito, apenas o mínimo: respeito, sem humilhações.

O perigo realmente existirá , quando os militares acreditarem que estão por si sós.

Percival A Costa - Capitão-de-Mar-e-Guerra Reformado