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quinta-feira, março 08, 2007

Troque a operadora e mantenha o número

Governo dá início a processo em que o cliente poderá migrar de uma operadora para outra e manter o número

A partir da próxima semana, o cliente da telefonia fixa que mudar de endereço, em uma mesma cidade, e continuar na mesma operadora, não precisará mais trocar de número de telefone. É o início da portabilidade numérica da telefonia, que será implantada em todo o País até março de 2009. A possibilidade de manter o número do telefone mesmo mudando de operadora passará a valer comercialmente a partir de dezembro do ano que vem e começará pelas principais capitais.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou ontem o regulamento da portabilidade e estabeleceu um cronograma de implantação que deverá ser seguido pelas empresas. Até junho de 2008, as operadoras terão que preparar as suas redes para a mudança e, em setembro do próximo ano, começa a fase de testes. A possibilidade de o cliente manter o mesmo número valerá apenas de telefone fixo para fixo e de móvel para móvel.

No caso da telefonia celular, a portabilidade pode ocorrer dentro de áreas com o mesmo DDD. Já na telefonia fixa, a migração só se dará dentro de uma mesma cidade ou entre municípios com continuidade urbana. O conselheiro da Anatel, Pedro Jaime Ziller, relator do regulamento, citou como exemplo o caso de Osasco e São Paulo, municípios que fazem parte de uma mesma região metropolitana.

O benefício de mudar de operadora e manter o número do telefone só vai chegar de fato ao cliente da telefonia fixa em apenas 600 localidades que são atendidas por mais de uma empresa. Os habitantes das cidades em que só há uma operadora, como no Interior do País, não poderão usufruir dessa novidade, já que não têm uma segunda opção de prestação do serviço.

Mesmo assim, o presidente da Anatel, Plínio de Aguiar Júnior, avalia que a portabilidade “é um extraordinário instrumento para a competição”, já que ela vai ser implantada em áreas que cobrem mais de 60% da população brasileira. Para Ziller, a portabilidade “é uma dívida antiga da agência que está sendo paga hoje”. Essas novas regras, segundo o conselheiro, vão permitir que companhias menores, como as empresas espelho, possam atrair clientes que até hoje não deixaram as operadoras antigas porque não queriam abrir mão do número de telefone. Ziller acredita que, com a portabilidade, as operadoras vão melhorar os serviços para não perder o cliente para outra companhia.

A previsão de Aguiar Júnior é que a portabilidade deverá custar ao cliente menos de U$ 10, ou seja, menos de R$ 21, na cotação de ontem. O valor exato ainda será definido pela Anatel. O prazo para a transferência do número será de 5 dias na fase experimental e de três dias quando a portabilidade estiver implantada. O cliente poderá mudar de operadora quantas vezes quiser.

As entidades de defesa do consumidor criticaram o grande prazo dado às telefônicas para a medida entrar em vigor para valer. “Não tem explicação para se esperar ainda tanto tempo”, reclamou a coordenadora institucional da Pro Teste, Maria Inês Dolci.

Também o Idec se posicionou contra a cobrança para quem quiser manter o número. “Não tem de se cobrar nada, pois a portabilidade já está definida em diversos regulamentos”, afirmou o advogado do Idec, Luiz Fernando Moncau. Segundo ele, seria a principal ‘arma’ do cliente contra o mau atendimento de algumas empresas.

A NOVA REGRA

O que é portabilidade: é a possibilidade de o cliente manter o número de telefone mesmo mudando de endereço ou de operadora

Alcance: valerá de telefone fixo para fixo e de móvel para móvel. No celular, a migração se dará dentro de áreas com o mesmo DDD.No fixo, dentro da mesma cidade ou região metropolitana

Preço: menos de R$ 21

Início: próxima semana para a telefonia fixa, Na mudança de endereço, com a mesma operadora e mesma cidade. Nesse caso, a portabilidade é gratuita, mas pode ser cobrada taxa de mudança de endereço

Dezembro de 2008: início da operação comercial da portabilidade, que começará pelas capitais

Março de 2009: a portabilidade estará em vigor em todo o País

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

TV Digital: colocando lenha na fogueira

Estamos no meio de um enorme tiroteio; tudo por causa da definição do padrão da TV Digital brasileira. Ela está provocando uma discussão sem precedentes na história da mídia. Mas não é para menos, pois os investimentos necessários para a completa transformação da TV analógica para digital serão de 100 bilhões de dólares no Brasil, considerando emissoras e usuários.

Quem acelerou a discussão foi o próprio governo, que afirmou que irá definir, ainda em fevereiro, o padrão da TV Digital e marcou o início das transmissões para dia 7 de setembro próximo.

Existem três modelos em avaliação. O ATSC americano, o DVB europeu e o ISDB japonês. No começo das negociações, existiu por aqui, até um quarto modelo, o padrão brasileiro, que foi abortado.

Nosso ministro das Comunicações, Hélio Costa, começou a se posicionar a favor do padrão japonês e criou com isto um sentimento de perda junto aos proprietários dos outros sistemas. Há quem diga que o ministro estava defendendo os interesses das grandes emissoras de televisão brasileiras, mas até algumas delas se posicionaram contra o padrão japonês.

A diferença entre eles é bem pequena, mas o ISDB japonês permitiria a mobilidade e mais do que isto, o roaming da programação.

Aqui acredito que está o cerne da questão; pois se uma geradora operasse por roaming, ela não precisaria, necessariamente, de emissoras afiliadas, pois seu sinal poderia ser captado em todo território nacional. É claro que isto muda todo o modelo da televisão brasileira, mas a convergência da mídia com a tecnologia é isto mesmo; um caos para os processos tradicionais.

Tive o privilégio de promover, como presidente da AMI - Associação de Mídia Interativa, uma palestra em 1999, com o maior especialista do padrão japonês, foi uma palestra no Centro Cultural Itaú, em São Paulo. Lá, vimos que o software japonês baseado no MPEG4 permite mais compressão digital. Muitas emissoras presentes optaram lá mesmo por este modelo.

A complexidade é tal, que a U.S. Federal Communications Commission - a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) dos Estados Unidos - deu um prazo até 2009 para que o sinal convencional VHF das emissoras tradicionais saia do ar. Com isto nenhum aparelho de TV vai pegar os canais de 2 a 13.

A digitalização vai trazer também o t-commerce. Mas para isto, será necessária interatividade que pode se dar de várias maneiras.

E novamente o ministro Hélio Costa nos surpreende, afirmando que o retorno se dará por WiMax. Ora, WiMax é Internet em banda larga na rua. Um projeto idealizado pela Intel e que já conta com a adesão da TVA, que transformará sua antiga TV por assinatura em MMDS, em WiMax. O projeto inclusive conta com investimentos de US$ 100 milhões pela Sansung.

Se a transmissão voltará por WiMax, por que não ir por WiMax? Pessoal, isto seria a chamada IPTV, que o mundo deseja tanto. Observem que o próprio Bill Gates já disse que a TV tradicional vai sair de moda. Ele inclusive propôs recentemente que o FCC abandonasse todos os modelos de TV Digital conhecidos e que assumissem a TV over IP.

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Pare o Mundo que eu Quero Descer

Tudo começou com o anúncio, no final do ano passado, da descontinuidade da tecnologia CDPD da Lucent, que era muito utilizada por algumas operadoras de telefonia móvel para prestar serviços de conectividade a polícias e outros serviços públicos (ver CDPD Transistion) e com a evolução recente da Tecnologia Mesh (Malha) (ver Wireless Mesh Networking).

O pessoal concluiu que era impossível - por questões de custos elevados - substituir as redes CDPD pelas tradicionais redes das famílias GSM e CDMA e partiram para a tecnologia Wi-Fi combinada com Mesh.

Agora como ficam os nossos amigos das operadoras de telefonia móvel no Brasil que insistem em dizer que Wi-Fi não é negócio para eles? Este é mais um nicho que eles não estão sabendo explorar.

Em todo o mundo, a tecnologia Wi-Fi virou coqueluche. Todos querem ter redes sem fio em suas cidades e já tem até gente falando em conectar o país inteiro.

Na prática, uma Cidade Wireless serviria para:

Pagar um ticket de estacionamento utilizando um Smartphone;

Solicitar mercadorias e serviços em um shopping;

Permanecer mais tempo em uma cidade aonde é possível pagar serviços e mercadorias utilizando dispositivos móveis;

Acessar informações e serviços pelos handhelds;

E em futuro próximo, as pessoas poderiam levar vantagem da tecnologia de Seamless Handoff. A Wi-Fi Alliance já está apostando nisto: Wi-Fi Alliance targets Wi-Fi-cellular convergence e a SBC Communications - 2ª maior operadora de telefonia fixa dos Estados Unidos - já avisou que em 2006 estará nessa: SBC To Use Wi-Fi To Extend Cingular's Reach do The Feature.

Fazendo um passeio por experiências e devaneios das Cidades sem Fio no mundo temos os exemplos:

Uma das primeiras cidades a considerar esta opção foi Salida no Colorado, mirando logo os Serviços Policiais: Police Use Vivato. Depois vieram muitas outras e o volume de investimentos cada vez aumentando mais. Long Beach e São José, na Califórnia, não ficaram atrás. Veja mais em San Jose Free Cloud.

A cidade de Pune na Índia também se transformou em uma Cidade Wi-Fi (será que é um novo neologismo?): WiFi City.

Hermosa Beach na Califórnia foi bastante aventureira na sua aposta: Hermosa Mayor at SOCALWUG. Ainda na Califórnia, a cidade de Cerritos, que com seus 51.000 habitantes não tem banda larga convencional em ADSL, se vingou apostando no "Cobertor Wireless": Cerritos Goes Live.

A Cidade de Spokane, em Washington, utilizou sua "Nuvem Wireless" para suportar Serviços Comunitários da Cidade e alavancar a economia local: Vivato Unwires Spokane.

Indianápolis que ser uma das dez cidades mais conectadas: Indianapolis Goes for Top Ten Cloud desbancando qualquer uma da lista das "Mais Dez Conectadas" da Intel (ver 2004 Most Unwired Cities).

A pequena Cidade de St. Cloud na Flórida montou a sua rede acesso a internet grátis com a ajuda da HP: Saint Cloud.

A Cidade de Houston montou uma rede de banda larga sem fio com a ajuda da Siemens, Intel e Alvarion com a colaboração de setores de governo, empresas de negócios e instituições de educação: Wireless Houston County.

A cidade de Nova York quer investir US$ 1 bilhão de dólares em uma rede sem fio de alta velocidade para ser utilizada para serviços de polícia, bombeiros e serviços de emergência médica como também para controle de sinais de trânsito e suporte na localização de veículos ($1B Wireless Cloud for NYC).

Los Angeles, a maior cidade da Califórnia, também entrou na festa das redes sem fio (L.A. Plans City-Wide Cloud). A título de exemplo, aqui está a RFP lançada na licitação de Los Angeles. Veja também uma excelente referência sobre o assunto de Redes sem Fio nas Cidades (Muniwireless). São Francisco e Los Angeles continuam dando bons exemplos: SF/LA WiFi Cloud.

A cidade de Filadélfia está investindo os seus US$ 10 milhões nas redes sem fio (Philadelphia Plans $10M City Cloud), caso que provocou uma boa matéria da Revista de Tecnologia do MIT (Who Pays for Wireless Cities?). Veja mais sobre Wi-Fi em Filadélfia no Muniwireless: Philadelphia citywide: Wi-Fi at 50% off e Philadelphia to deploy citywide wireless broadband network.

No USA Today mostrando como as pequenas cidades estão investindo em redes de alta velocidade. Veja aqui: USA Today on Municipal Broadband e Small towns tired of slow rollout create own high-speed networks.

Aqui mais algumas referências genéricas para incrementar sua pesquisa: MuniWireless City-Cloud Report, City Cloud Enablers e More City Clouds.

Na Europa, Paris diz a que veio (Rain In Paris Cloud), enquanto a cidade austríaca de Bregenz alardeia que o título da "Primeira Cidade sem Fio do Mundo" é dela (What Does It Take To Be A Mobile City? do The Feature).

E por que me assustei e disse que quero que o "Mundo Tem que Parar para Eu Descer?". A resposta está em Unwired Countries. Desta vez não são mais as cidades são países inteiros querendo instalar suas redes sem fio. O primeiro caso vem de Taiwan que quer investir US$ 1,1 bilhão no seu Projeto M-Taiwan.

Finalmente, para vocês terem uma idéia da importância que o mundo está dando ao fato Wireless nós tivemos em menos de duas semanas apenas, as seguintes reportagens na grande mídia mundial sobre Tecnologias sem Fio: Wireless Society da Time Magazine e Wireless Life da CNN News endereçando uma matéria específica para as "Nuvens sem Fio" nas cidades em Cities find Wi-Fi future.

Agora faço aqui uma pergunta que não quer calar: o que falta para os governos federal, estadual e municipal seguirem alguns dos bons exemplos acima? Responda você mesmo.

[*] A frase "Pare o Mundo que eu Quero Descer" é do falecido cantor e compositor Raul Seixas, que consta na música "Eu também vou reclamar" de sua autoria.

original: http://idgnow.uol.com.br/AdPortalv5/ColunistaInterna.aspx?GUID=E2F60AA3-AFA8-4013-AE84-223F461530A4&ChannelID=21080130